O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) assinou um contrato de R$ 328 milhões com a Esplanada Serviços Terceirizados, empresa investigada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) por suspeita de fraudes em licitações públicas. O acordo, firmado para o fornecimento de 1.216 funcionários a 12 ministérios, tem duração inicial de três anos, com possibilidade de prorrogação por até uma década.
Em nota oficial, o MGI afirmou que a empresa não possui sanções administrativas e que toda a documentação foi rigorosamente analisada. A pasta, chefiada por Esther Dweck, garantiu que seguiu as exigências legais e que continuará a monitorar a execução do contrato em articulação com órgãos de controle.
Investigada na Operação Dissímulo, a Esplanada é suspeita de integrar um esquema de empresas que simulavam concorrência para vencer licitações milionárias. No início deste ano, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra a companhia e outras envolvidas. Apesar disso, o MGI habilitou a proposta da Esplanada em fevereiro e oficializou a contratação no último dia 17.
A licitação milionária ganhou novos contornos após revelações de vínculos indiretos entre a Esplanada e o ex-deputado distrital Carlos Tabanez, investigado por fraudes semelhantes. Em 2022, funcionários da Esplanada receberam panetones personalizados com a imagem de Tabanez, sugerindo uma relação mais próxima do que a empresa admite.
O dono da Esplanada, André Luis Silva de Oliveira, nega qualquer associação com o ex-parlamentar e afirma ser inocente. Sobre a operação da PF, declarou que apenas celulares e computadores foram apreendidos e reiterou que "não tem nada a esconder".
Apesar das suspeitas e do histórico da empresa, o MGI justifica que, sem sanções formais em vigor, a exclusão da Esplanada violaria a Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021). A pasta reforçou o compromisso de fiscalizar rigorosamente a prestação dos serviços contratados.
A assinatura do contrato reacende o debate sobre a responsabilidade dos gestores públicos na escolha de fornecedores e a necessidade de reforçar os mecanismos de prevenção a fraudes em contratos com o governo.
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