A Polícia Federal (PF) identificou mais de 100 codinomes em planilhas apreendidas durante a Operação Overclean, que apura um suposto esquema de desvio de emendas parlamentares por meio de fraudes em licitações públicas. Segundo a PF, os nomes fazem referência a empresários, políticos e servidores públicos que teriam atuado para beneficiar empresas em contratos superfaturados.
No centro das investigações está o empresário José Marcos Moura, apelidado de “Rei do Lixo”, suspeito de ser o principal articulador político e operador de influência do esquema. Moura movimentou R$ 80,2 milhões em operações financeiras suspeitas, de acordo com um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O mesmo relatório indica que a empresa de Moura, MM Limpeza Urbana, movimentou R$ 435 mil com uma autoridade que possui foro privilegiado no STJ ou STF, sem justificativa econômica aparente. O nome da autoridade não foi divulgado.
A PF identificou três núcleos de atuação no esquema:
As investigações apontam ainda que o ex-secretário de Educação de Salvador, Bruno Oitaven Barral, atuou para favorecer a empresa Larclean Saúde Ambiental em licitações da pasta. Após deixar o cargo na capital baiana, Barral assumiu a Secretaria de Educação de Belo Horizonte, onde também virou alvo da Overclean. Ele foi exonerado após a operação da PF na cidade.
Mensagens extraídas do celular do então diretor administrativo da Secretaria de Educação de Salvador, Flávio Pimenta, indicam que contratos com a Larclean foram fraudados e renovados ilegalmente por pelo menos seis anos.
A PF também revelou indícios de interferência da organização criminosa na Prefeitura de BH. Conversas encontradas em celulares mostram que José Marcos Moura negociava indicações para secretarias municipais, incluindo as de Educação, Mobilidade Social e Combate à Fome.
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