TRF determina soltura de 11 suspeitos na Operação Overclean

Empresários e servidores beneficiados pela medida deverão usar tornozeleira eletrônica; De acordo com a PF, grupo fraudou licitações e lavou dinheiro, entre outros crimes
Por: Brado Jornal 20.dez.2024 às 10h02
TRF determina soltura de 11 suspeitos na Operação Overclean
Rafa Neddemeyer/Agência Brasil

O Tribunal Regional Federal (TRF) ordenou nesta quinta-feira (19) a soltura de 11 dos 16 presos na Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal na última semana. A investigação apura um esquema de desvio milionário de recursos públicos por meio de fraudes em licitações vinculadas a emendas parlamentares.  

Os suspeitos libertados deverão usar tornozeleiras eletrônicas, mas o tribunal não divulgou detalhes adicionais sobre os fundamentos da decisão.  


Entre os soltos estão líderes do esquema

Entre os nomes de maior relevância liberados estão Alex Rezende Parente, apontado como líder da organização, e Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador estadual do DNOCS na Bahia e suposto membro do núcleo central do grupo. Também foram libertados José Marcos de Moura, conhecido como "Rei do Lixo", e outros empresários e servidores públicos supostamente envolvidos no esquema.  


Bens milionários apreendidos

A operação resultou em apreensões impressionantes, incluindo:  

  • R$ 3,4 milhões em espécie;  
  • 23 carros de luxo;  
  • Três barcos e três aeronaves;  
  • Seis imóveis de alto padrão;  
  • 38 relógios de luxo, alguns avaliados em cerca de R$ 800 mil;  
  • Joias ainda em fase de quantificação;  
  • R$ 162,3 milhões em valores sequestrados no decorrer do processo.  
  • Os bens apreendidos evidenciam a magnitude dos recursos desviados.  


Estratégias do esquema  

De acordo com a Receita Federal, o grupo utilizava um esquema altamente estruturado para direcionar recursos de emendas parlamentares e convênios a empresas e aliados. Parte do dinheiro era transportada em voos particulares, como comprovado pela apreensão de R$ 1,5 milhão transportados de Salvador a Brasília dias antes da operação.  

A Polícia Federal ainda encontrou planilhas detalhando contratos suspeitos, incluindo uma referência a "MM" (possivelmente José Marcos de Moura), com valores que ultrapassam R$ 200 milhões.  


Silêncio nos depoimentos 

Dos 16 presos, 11 foram interrogados na segunda-feira (16) na sede da Polícia Federal em Salvador. Todos optaram por permanecer em silêncio.  


Próximos passos

Apesar da liberação de parte dos envolvidos, a operação continua com o objetivo de identificar a extensão total do esquema e possíveis ramificações em outros estados, como Rio de Janeiro e Amapá. A PF segue analisando documentos e bens apreendidos, enquanto os suspeitos continuam monitorados.



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