O ativista investigado por tentativa de estupro de vulnerável contra um menino de 13 anos em um shopping de Santos, no litoral de São Paulo, foi candidato a vereador do município nas eleições de 2020. O homem, de 24 anos, é suspeito de perguntar ao adolescente se poderia fazer um 'bo***' [sexo oral], mas afirma que não é o que estão dizendo.
O caso veio à tona depois que a mãe do adolescente, Talita Santos, de 31 anos, registrou um boletim de ocorrência contra o ativista. O adolescente contou à mãe ter sido abordado no banheiro de um shopping no bairro Gonzaga, na noite de quinta-feira (6).
O investigado integrava o Conselho Municipal de Políticas LGBT+ (ConLGBT), mas pediu desligamento em função da polêmica e chegou a pedir dinheiro para sair do estado.
Ele disse ter entrado em uma cabine e que a porta bateu com força. O próprio adolescente reagiu dizendo: 'eita', momento em que o homem, dentro de outra cabine, repetiu a palavra. Então, fez a pergunta de cunho sexual.
Militante LGBT+
Segundo divulgou nas redes sociais, o investigado começou a militar pelas causas sociais em 2017 em uma escola estadual da cidade. Ele presidiu o grêmio estudantil por dois anos e chegou a ser eleito para a presidência e vice-presidência de movimentos LGBT+.
Engajado nas redes sociais, o ativista se candidatou a vereador de Santos em 2020 pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Ele participou de uma candidatura coletiva, isto é, com um grupo de pessoas.
O caso
A mãe da vítima contou à equipe de reportagem querer justiça para o filho. A delegada Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos, informou que vai instaurar inquérito para apurar o caso.
“Ele [adolescente] já falou que não vai entrar mais no banheiro sozinho. Eu não sei como vai ficar o psicológico dele”, desabafou a mãe, que registrou um boletim de ocorrência após o ocorrido na quinta-feira (6).
Abordagem após o assédio
Segundo Talita, o homem demorou para deixar o banheiro, mas ao deixar o local disse: "Não, não falei nada, não. Quantos anos teu filho tem?". A mãe contou que, enquanto a polícia era acionada, o homem demonstrava o que ela chamou de "poder de persuasão".
Com a chegada dos policiais, os envolvidos foram encaminhados para o 7º Distrito Policial (DP), onde o menino foi ouvido e a mãe registrou um boletim de ocorrência.
Revoltada com a situação, a autônoma gravou o rosto do homem e conversou com funcionários de lojas no shopping, que disseram que ele já é conhecido por assediar pessoas dentro do banheiro.
A indignação de Talita é ainda maior devido ao fato do homem ser um militante e ativista político. “Ele ouviu a voz do meu filho. E meu filho tem voz de criança, não tem nem voz de adulto [...] Eu estou aliviada de saber que não foi mentira o que meu filho relatou”, afirmou.
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