A Secretaria de Segurança Pública da Bahia divulgou os resultados preliminares da 12ª fase da operação Unum Corpus, realizada em mais de 400 municípios do interior baiano. Nessa ação, dois suspeitos foram mortos e 267 pessoas foram presas.
A operação Unum Corpus teve como objetivo cumprir mandados judiciais e efetuar prisões em flagrante. De acordo com as autoridades, entre os presos, 97 têm envolvimento com crimes contra a vida.
Houve confronto entre a Polícia Civil e membros de um grupo criminoso liderado por Pedro Víctor Fatel Costa Leite, conhecido como Fatel. Esse grupo é vinculado a uma facção do Rio de Janeiro que atua no tráfico de drogas e homicídios nas regiões sudoeste, baixo sul e sul da Bahia.
Lideranças de facções criminosas
A ação resultou na captura de duas lideranças de grupos criminosos de outros estados. Danilo Silva dos Santos, que possui histórico de homicídios, tráfico de drogas e roubo, resistiu à prisão e foi ferido durante a operação em Luís Eduardo Magalhães. Já o mandado de prisão contra outro líder foi cumprido no município de Santo Amaro.
Ao longo das investigações, que continuam em andamento em todo o interior da Bahia, foram apreendidas 42 armas de fogo. Nas 11 fases anteriores da operação Unum Corpus, já foram presas 1.754 pessoas e apreendidas 311 armas.
Falsos médicos
Além das prisões relacionadas a crimes violentos, a operação também teve como alvo investigados por exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Eunápolis, Teolândia e Itagimirim.
Segundo o delegado Pedro Henrique de Oliveira, as investigações tiveram início em dezembro de 2023, após a prisão em flagrante de um homem que atuava como falso médico no Hospital Municipal de Itagimirim. Durante as apurações, foi identificado um segundo suspeito que também trabalhava na mesma unidade de saúde com o consentimento do diretor do hospital, que foi exonerado após a prisão do primeiro falso profissional.
Além disso, foi constatado que uma terceira médica plantonista e os dois médicos diretores faziam constantes trocas de plantões com os falsos médicos, dividindo o valor pago pelos plantões. Em uma ocasião, o prefeito da cidade foi atendido por um falso profissional, tendo que retornar ao hospital no dia seguinte devido a uma má prescrição.
Funcionários públicos envolvidos
As investigações também revelaram a participação de um funcionário público do hospital de Teolândia, que mantinha contato com o primeiro falso médico e o encaminhava para diversos hospitais do interior da Bahia, onde ele poderia atuar como plantonista.
Durante as diligências, foram apreendidos documentos e diversos prontuários assinados pelo falso médico, além de um celular pertencente a um funcionário.
A polícia informou que a companheira do primeiro falso médico será indiciada por associação criminosa e lavagem de dinheiro, já que utilizava sua própria conta bancária para receber os pagamentos dos plantões, com o intuito de ocultar a verdadeira identidade do investigado.
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