PF faz operação contra 31 suspeitos de vender 43 mil armas a facções

Armas eram compradas de fornecedores europeus e vendidas por empresa paraguaia.
Por: Brado Jornal 05.dez.2023 às 09h46
PF faz operação contra 31 suspeitos de vender 43 mil armas a facções

 Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (5) uma operação contra um grupo suspeito de entregar 43 mil armas para os chefes das maiores facções do país — Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho —, movimentando R$ 1,2 bilhão.

São cumpridos 25 mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e 52 mandados de busca e apreensão em três países: Brasil, Estados Unidos e Paraguai — onde está o principal alvo da operação (veja foto mais abaixo), Diego Hernan Dirísio, que ainda não foi encontrado.

Dirísio é considerado pela PF o maior contrabandista de armas da América do Sul.

A Justiça da Bahia, que conduz a operação, determinou que os alvos de prisão que estiverem no exterior sejam incluídos na lista vermelha da Interpol e que, se forem presos, sejam extraditados para o Brasil.

A investigação começou em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas no interior da Bahia. As armas estavam com o número de série raspado, mas, por meio de perícia, a PF conseguiu obter as informações e avançar na investigação.

Três anos mais tarde, a cooperação internacional que resultou na operação desta terça indica que um homem argentino, dono de uma empresa chamada IAS, com sede no Paraguai, comprava pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições de fabricantes de países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.

Segundo a PF, de novembro de 2019 a maio de 2022, a empresa de Dirísio importou 7.720 pistolas de uma fabricante na Croácia, bem como a compra e venda de 2.056 fuzis produzidos na República Techa e mais cinco mil rifles, pistolas e revólveres produzidos na Turquia. 1.200 pistolas também foram importadas de uma fábrica na Eslovênia — um total de 16.669 armas.

Após a compra, as armas eram vendidas para facções brasileiras, em especial de São Paulo e do Rio de Janeiro. O esquema envolvia também doleiros e empresas de fachada no Paraguai e nos EUA.


Investigados

A investigação internacional apontou a suspeita de envolvimento do general Arturo Javier González Ocampo, que até pouco tempo atrás ocupava o cargo de de Chefe do Estado Maior General da Força Aérea do Paraguai.

Funcionárias da empresa IAS, de Diego Dirísio, foram flagradas em conversas interceptadas, com autorização judicial, pedindo ao general Arturo Gonzales Ocampo para interceder na DIMABEL, órgão militar de controle de armas.

O objetivo é colocar pessoas na DIMABEL da confiança do esquema de tráfico de armas. A polícia paraguaia prendeu o general hoje. E fez busca e apreensão na casa dele.

As investigações indicam também que havia corrupção e tráfico de influência na Direccion de Material Belico (DIMABEL), órgão paraguaio responsável por controlar, fiscalizar e liberar o uso de armas, facilitando o funcionamento do esquema.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Corpo de adolescente que desapareceu após se afogar em Stella Maris é encontrado
Cauã André Ribeiro se afogou durante o feriado da Consciência Negra, na quarta-feira (20)
Ministro Ricardo Lewandowski cassa aposentadoria de delegado da PF por vender informação
Alexandre Dutra é acusado de receber propina de garimpos ilegais
Festa cigana termina com dois mortos e um baleado em Vitória da Conquista
Suspeito fugiu do local onde foi realizado o evento após atirar nas vítimas, que são da mesma família; Sobrevivente está internado em estado grave
Operação busca celulares de PMs afastados após execução de delator do PCC
Corregedoria cumpre mandados em endereços ligados aos policiais que eram seguranças de Vinicius Gritzbach
Operação Contragolpe: veja quem é quem na lista dos indiciados pela PF
As pessoas foram indiciadas pela PF pelos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa
Adolescente de 15 anos desaparece após se afogar na praia de Stella Maris
Vítima estava com amigas, que também se afogaram, porém conseguiram resgate a tempo. Buscas são realizadas por salva-vidas e bombeiros militares
Carregando..