A líder quilombola baiana e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), Bernadete Pacífico, de 72 anos, foi morta a tiros dentro da Associação Quilombo Pitanga dos Palmares, na noite desta quinta-feira (17).
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, dois homens teriam invadido o imóvel, em Simões Filho, e efetuado os disparos contra a vítima. O filho de Bernadete, Wellington dos Santos, relatou que a mãe foi executada com tiros no rosto.
Ela é mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, assassinado há quase seis anos, no dia 19 de setembro de 2017. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, determinou que as polícias Militar e Civil sejam firmes na investigação.
Para Denildo Rodrigues, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Bernadete foi assassinada pelo mesmo grupo responsável pela execução de Binho. "Ela sabia e a Justiça sabia que quem mandou matar Binho tava lá, perto da comunidade. Só que não deu nada. Ela nunca ficou quieta. Agora foi silenciada. Muito triste para nós", lamentou Denildo.
De acordo com ele, as lideranças das comunidades quilombolas e terreiros de Simões Filho são ameaçadas permanentemente por grupos ligados à especulação imobiliária, interessados em ocupar os territórios. O município fica na região metropolitana de Salvador. A capital da Bahia foi identificada pelo Censo Quilombola do IBGE como a capital com a maior população quilombola do país. São quase 16 mil quilombolas e cinco quilombos oficialmente registrados.
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