A Polícia Civil começou a ouvir os envolvidos no escândalo do PIX da RecordTV Itapoan, onde dois jornalistas são suspeitos de integrar uma quadrilha que desviava doações feitas para pessoas em situação de vulnerabilidade. O esquema, que ocorria há pelo menos três meses, teria desviado cerca de R$800 mil.
Supostas vítimas disseram como funcionava o imaginado golpe.
Um dos relatos aponta que o repórter Marcelo Castro teria intermediado para colocar o PIX, que seria de um rifeiro famoso, no gerador de caracteres da tela do programa Balanço Geral, apresentado por José Eduardo. A autorização para viabilizar o PIX na tela passava pelo outro investigado, o suposto comparsa de Castro, que era editor do programa.
“Antes da entrevista, Marcelo entrou em contato com a depoente acertando o desenvolvimento da entrevista sugerindo um número de PIX para depósito de doações, que a depoente ficou confusa porque o dinheiro não entraria em sua conta e sim em uma chave de PIX de pessoa desconhecida”, diz o relato da mãe de um garoto que sofria de câncer e precisava comprar remédios com valor acima de R$300 mil. O menino não resistiu.
Ao ser questionado pela suposta vítima sobre o motivo de não colocar o PIX dela, o repórter da Record teria argumentado que “seria para facilitar o controle das doações realizadas”. A família da criança foi beneficiada pelo jogador Anderson Talisca com a quantia de R$70 mil, depositada diretamente em sua conta. Além disso, recebeu mais R$40 mil através da conta de uma outra pessoa, que seria fruto de doações feitas pelos telespectadores através do PIX que aparecia na tela.
A mãe da criança “recebeu uma mensagem de Marcelo passando um comprovante bancário no valor de R$40 mil dizendo que havia sido o valor arrecadado, e a mensagem: ‘Deus abençoe’”, acrescenta o relato.
O depoimento ainda revela que o esquema tinha pelo menos duas contas. A primeira seria de um rifeiro e recebia as doações da emissora. Já a segunda conta, em nome de outro homem, repassava supostamente parte das doações. Ou seja, ao invés de aparecer no gerador de caracteres da emissora o PIX da pessoa que precisava de ajuda, era colocado o PIX de um suposto envolvido na maracutaia. Inicialmente, o caso está sendo apurado como estelionato por meio eletrônico.
Ao Informe Baiano, o advogado Marcus Rodrigues, que representa Marcelo Castro, negou todas as acusações e acrescentou que o repórter “estar disponível para prestar o seu depoimento, esclarecer a verdade. No momento que a autoridade policial achar interessante, ele estará disponível para o encontro da verdade dos fatos”.
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