ONGs denunciam repressão a jornalistas na Venezuela; 15 estão presos

Casos de desaparecimentos, detenções sem julgamento e acusações sem provas preocupam entidades de direitos humanos e imprensa internacional
Por: Brado Jornal 22.abr.2025 às 09h57
ONGs denunciam repressão a jornalistas na Venezuela; 15 estão presos
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Organizações não governamentais e entidades de classe da Venezuela aumentaram o tom contra a repressão do governo de Nicolás Maduro (PSUV) à imprensa, denunciando prisões arbitrárias, desaparecimentos forçados e intimidações constantes a profissionais da mídia.

No domingo (20), a ONG Espacio Público cobrou explicações sobre o paradeiro do jornalista Rory Branker, detido há dois meses por agentes do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) em Caracas. Até o momento, não há informações oficiais sobre sua localização ou estado de saúde.

“As autoridades venezuelanas precisam informar onde Branker está e garantir sua libertação imediata”, afirmou a entidade em sua conta oficial no X.


Prisões arbitrárias e censura

Outro caso que chamou atenção foi o da jornalista Nakary Mena Ramos, do portal Impacto Venezuela, presa no dia 8 de abril junto com seu marido, o cinegrafista Gianni González. O casal foi detido após a veiculação de uma reportagem sobre o aumento de roubos em Caracas e responde por “instigação ao ódio” e “divulgação de notícias falsas”.

Segundo o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP), Mena Ramos e González ficaram desaparecidos por mais de 48 horas. Mena foi transferida para um presídio feminino no estado de Miranda, enquanto o marido está detido em outra unidade próxima da capital.

O SNTP afirma que a detenção foi motivada diretamente pela publicação da reportagem, que continha vídeos e depoimentos de moradores sobre a escalada da criminalidade.


Números da repressão

  • 15 jornalistas estão presos atualmente, segundo o SNTP.
  • A Relatoria da CIDH exigiu respeito aos direitos dos profissionais de imprensa.
  • O Colégio Nacional de Jornalistas (CNP) contabilizou 54 ataques à imprensa somente em 2025.


Em março, a Espacio Público registrou 13 violações à liberdade de expressão — incluindo duas prisões, cinco casos de censura e três perseguições judiciais.

Entre os nomes presos estão também Carlos Julio Rojas, Biagio Pilieri, José Camero, Luis López, Ramón Centeno, Omar González e o cinegrafista Belises Cubillán. Rojas, que é subsecretário do CNP Caracas, foi detido em abril de 2024 sob acusação de terrorismo, conspiração e tentativa de magnicídio — sem provas apresentadas.

“Inventam-se processos com acusações falsas, sem qualquer evidência. O objetivo é silenciar o jornalismo crítico”, afirmou Edgar Cárdenas, secretário-geral do CNP Caracas.


Pressão internacional

Organizações como a Provea (Programa Venezolano de Educación-Acción en Derechos Humanos) também exigiram o fim da perseguição a jornalistas e lembraram que a liberdade de expressão é um direito garantido pela Constituição da Venezuela.

O partido opositor Voluntad Popular classificou as prisões como "ataques autoritários" e denunciou mais uma tentativa do regime de intimidar a imprensa e controlar a narrativa nacional.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
China retira revogação de tarifas contra EUA em meio à guerra comercial
Pequim começa a isentar semicondutores de tarifas retaliatórias, mas tensões permanecem entre as duas potências
Tenente-general russo do alto escalão morre em atentado com carro-bomba
O ataque ocorreu em Balashikha, perto de Moscou, e é investigado como homicídio, com possíveis responsabilidades associadas a grupos de oposição
Governo Lula teve ao menos 15 reuniões com entidades suspeitas de desviar R$ 6,3 bilhões do INSS
Ministros e ex-presidente do INSS participaram de encontros com entidades investigadas por aplicar descontos indevidos em aposentadorias e pensões
Carregando..