O governo da Colômbia, sob a liderança de Gustavo Petro, decidiu manter suas relações diplomáticas com a Venezuela, mesmo sem reconhecer a legitimidade da reeleição de Nicolás Maduro nas polêmicas eleições de julho de 2024.
Em um comunicado emitido nesta quinta-feira (9), o ministro das Relações Exteriores colombiano, Luis Gilberto Murillo, reiterou que a Colômbia não endossa o processo eleitoral no país vizinho, que foi marcado por alegações de falta de transparência e de garantias mínimas para a participação democrática.
“Essas não foram eleições livres. Não houve publicação das atas e não se ofereceram garantias para que o processo fosse transparente e justo. A Colômbia não reconhece os resultados eleitorais sem uma demonstração clara e pública de como se deu a contagem dos votos”, afirmou Murillo.
O governo colombiano justificou sua decisão de manter as relações bilaterais com a Venezuela com base na importância dos laços econômicos, comerciais, sociais, culturais e de segurança entre os dois países. Para Bogotá, romper relações e fechar a fronteira, como ocorreu em administrações passadas, não seria uma medida produtiva, dada a interdependência entre as nações fronteiriças.
"Fechar fronteiras é uma solução fácil, mas a diplomacia responsável exige soluções mais profundas e sustentáveis para problemas que afetam diretamente as vidas das pessoas", declarou Murillo.
Apesar da decisão de não reconhecer o pleito que reelegeria Maduro, a Colômbia será representada na posse do presidente venezuelano, programada para esta sexta-feira (10), por Milton Rengifo, embaixador colombiano em Caracas. A presença diplomática foi criticada por opositores de Petro, que consideram a atitude como contraditória, já que o governo não valida os resultados das eleições, mas ainda assim participa do evento de posse.
A medida gerou divisões internas, com críticos apontando a ambiguidade da posição do presidente colombiano.
O fechamento temporário da fronteira, decretado horas antes da posse de Maduro, foi anunciado pelo governador do estado de Táchira, Freddy Bernal, sob a alegação de que haveria uma "conspiração internacional" no país vizinho. O bloqueio, que deve durar até segunda-feira (13), é mais uma tentativa do regime de Maduro de reafirmar seu controle sobre o território e responder à pressão externa sobre o processo eleitoral.
A fronteira entre Colômbia e Venezuela, com mais de 2.200 quilômetros de extensão, é uma das mais movimentadas do mundo, com um fluxo constante de pessoas e bens, o que torna a relação entre os dois países fundamental para a estabilidade da região.
Por fim, o governo colombiano expressou sua preocupação com as acusações de violações dos direitos humanos no país vizinho, destacando que Maduro deve respeitar os direitos da oposição e do povo venezuelano.
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