Maduro acusa FBI e militares dos EUA de conspiração contra a Venezuela

Ditador afirma que "mercenários estrangeiros" foram financiados pelo governo dos EUA em suposto complô internacional
Por: Brado Jornal 09.jan.2025 às 08h08
Maduro acusa FBI e militares dos EUA de conspiração contra a Venezuela
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ditador venezuelano Nicolás Maduro declarou nesta quarta-feira (8) que sete estrangeiros, presos recentemente no país, seriam parte de um plano de agressão estrangeira. Entre os detidos, Maduro apontou a presença de um funcionário do FBI, um militar americano de alto escalão, dois colombianos identificados como “assassinos” e três ucranianos supostamente ligados à guerra contra a Rússia.

Segundo Maduro, a operação foi financiada pelo governo dos Estados Unidos, prestes a encerrar o mandato do presidente Joe Biden, em referência à posse de Donald Trump, marcada para o próximo dia 20.

O líder chavista afirmou que as prisões fazem parte de um esforço para desmantelar ataques contra a Venezuela. Durante uma reunião com a nova mesa diretora do Parlamento venezuelano, Maduro declarou que 125 pessoas de 25 nacionalidades foram capturadas sob acusações de envolvimento em atos conspiratórios.

“As prisões continuaram durante o dia de terça e a madrugada desta quarta-feira. Temos boas informações para desmantelar essa agressão mercenária estrangeira”, afirmou Maduro.

As alegações de conspiração acontecem em meio a uma crise eleitoral que começou após as eleições presidenciais de julho de 2024. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro foi declarado vencedor, mas a falta de transparência na divulgação dos resultados provocou controvérsias.

A oposição, liderada por Edmundo González Urrutia, alega que 85,18% das atas de votação mostram sua vitória. González, exilado na Espanha, prometeu retornar à Venezuela para assumir a presidência, mesmo sob ameaça de prisão.

Enquanto isso, o Panamá anunciou nesta quarta-feira (8) que manterá as atas eleitorais sob sua custódia, reforçando as alegações de fraude por parte da oposição.

As acusações de Maduro e o cenário de instabilidade política colocam a Venezuela novamente no centro das atenções internacionais. O líder opositor González realizou uma série de reuniões no Panamá, onde recebeu apoio moral e político. Ele também planeja continuar sua campanha internacional antes do dia 10 de janeiro, data marcada para a posse presidencial na Venezuela.

O governo dos EUA nega envolvimento em qualquer complô contra Maduro, enquanto líderes da região, como o presidente colombiano Gustavo Petro, declararam que não comparecerão à posse, questionando a legitimidade das eleições.



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