O Parlamento da Coreia do Sul aprovou, nesta terça-feira (10), uma investigação especial contra o presidente Yoon Suk-yeol, em resposta à declaração de lei marcial feita por ele na semana passada. Além disso, os deputados aprovaram cortes no orçamento para 2025, como parte de uma estratégia para aumentar a pressão sobre o governo, que se recusa a apoiar a destituição do presidente.
A iniciativa, que visa investigar Yoon, o primeiro-ministro Han Duck-soo, o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun, o chefe do Estado-Maior General Park An-su, e o ex-líder parlamentar Choo Kyung-ho, foi aprovada com 210 votos a favor, 63 contra e 14 abstenções.
O Partido do Poder Popular (PPP), atualmente no governo e de orientação conservadora, participou da votação, já que não havia adotado uma posição formal sobre a proposta nem imposto disciplina de voto. O resultado indica que cerca de 20 parlamentares do PPP podem ter apoiado a medida, o que sugere que a moção da oposição, que será apresentada nesta quarta-feira (11), para solicitar a destituição de Yoon, poderá contar com mais apoio de parlamentares do partido governista, especialmente quando a proposta for votada na sexta ou sábado.
O Partido Democrático (PD), principal oposição, precisa de oito votos adicionais para garantir que a moção atinja a maioria de dois terços e tenha chances de prosperar.
A investigação especial aprovada não pode ser vetada pelo presidente, embora Yoon tenha a opção de adiar a nomeação da equipe de investigação.
Além disso, o PD, que detém a maioria na câmara, também aprovou, por maioria simples, o orçamento para 2025, fixado em 677,4 bilhões de wons, o que representa um corte de 4,1 trilhões de wons em relação à proposta inicial do governo. O orçamento inclui cortes significativos no fundo de reservas do Executivo, bem como nos recursos destinados ao Gabinete Presidencial, ao Gabinete de Segurança Nacional, ao Ministério Público e à polícia.
Este é o primeiro caso na história democrática da Coreia do Sul em que os orçamentos gerais não foram acordados entre os dois maiores partidos. O PD busca, assim, aumentar a pressão sobre o PPP, que se recusa a apoiar a destituição de Yoon, enquanto o partido conservador defende que a saída do presidente aconteça em um momento mais distante.
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