A Justiça francesa prorrogou na noite de domingo (25) a prisão do CEO e fundador do Telegram, Pavel Durov, por até 96h. A informação é da agência de notícias AFP.
O executivo de 39 anos foi preso no sábado (24), no aeroporto de Le Bourget, na região metropolitana de Paris, quando chegava do Azerbaijão. Segundo o canal TF1, a polícia francesa enxergou a situação como um “erro” de Durov, que sabia da investigação corrente no país.
Depois de passado o novo prazo estabelecido pela Justiça francesa, o executivo poderá ser solto ou conduzido a uma audiência para ouvir uma possível acusação.
A prisão do CEO do Telegram é parte de uma investigação sobre crimes como fraude, tráfico de drogas, cyberbullying, crime organizado e promoção do terrorismo, informou a AFP. A participação do bilionário nesses crimes é referente à ausência de moderação no Telegram, que permitiria que grupos criminosos se comunicassem dentro da plataforma.
Segundo a ministra das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, a embaixada russa em Paris solicitou acesso consular a Durov, mas “o lado francês se recusa a cooperar com essa questão”.
Zakharova disse em entrevista à TV estatal russa que, como Durov também tem nacionalidade francesa, “a França considera que essa é a sua nacionalidade principal”.
O Telegram foi fundado em 14 de agosto de 2013 pelos irmãos russos Pavel e Nokolai Durov. Em 2024, o aplicativo atingiu a marca de 1 bilhão de usuários.
O QUE DIZ O TELEGRAM
O Telegram afirmou em comunicado, no domingo (25), que Pavel Durov “não tem nada a esconder”. Na nota, a empresa classificou como um “absurdo” responsabilizar o proprietário por “abusos” cometidos na plataforma.
Conforme a companhia, o aplicativo de mensagens “cumpre as leis da União Europeia” e a moderação de conteúdo está nos “padrões da indústria e constantemente melhorando”.
Eis a íntegra da nota do Telegram divulgada no próprio aplicativo:
“O CEO do Telegram, Pavel Durov, não tem nada a esconder e viaja com frequência para a Europa. O Telegram cumpre as leis da União Europeia, incluindo a Lei de Serviços Digitais, sua moderação está nos padrões da indústria e constantemente melhorando. É um absurdo afirmar que uma plataforma ou o seu proprietário são responsáveis pelo abuso nessa plataforma. Quase um bilhão de usuários em todo o mundo usa o Telegram como meio de comunicação e como fonte de informações vitais”.
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