A União Europeia afirmou em comunicado divulgado neste domingo, (4), não reconhecer os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que decretou a “vitória” eleitoral de Nicolás Maduro.
O bloco europeu disse ainda que, considerando as atas publicadas pela oposição liderada por María Corina Machado, e revisadas por diversas organizações independentes, “indicam que Edmundo González Urrutia parece ser o vencedor das eleições presidenciais por uma maioria significativa”.
Afirmou que “continua acompanhando os acontecimentos na Venezuela com grande preocupação” e que os resultados publicados pelo CNE “não podem ser reconhecidos” sem a divulgação das atas eleitorais.
A União Europeia reconheceu que “qualquer tentativa de atrasar a publicação completa dos registros oficiais de votação só lançará mais dúvidas sobre a credibilidade dos resultados oficialmente publicados”.
“Relatórios de missões internacionais de observação eleitoral afirmam claramente que as eleições presidenciais de 28 de julho não atenderam aos padrões internacionais de integridade eleitoral”, diz o comunicado assinado pelo chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.
A UE pediu ainda “uma maior verificação independente dos registos eleitorais, se possível por uma entidade de renome internacional”.
“As autoridades venezuelanas, incluindo as forças de segurança, devem respeitar integralmente os direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão e de reunião”, afirmou Borrell em nome dos 27 Estados-membros da UE.
“Respeitar a vontade do povo venezuelano continua sendo a única maneira de a Venezuela restaurar a democracia e resolver a atual crise humanitária e socioeconômica”, concluiu.
Controlado pelo chavismo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) decretou a “vitória” eleitoral de Nicolás Maduro (foto) no domingo passado, sem contar todos os votos —e até agora não apresentou os documentos. As atas recolhidas e divulgadas pela oposição comprovam vitória de Edmundo González por larga margem.
As atas são os relatórios impressos que as urnas emitem após um dia de votação. No domingo, 28 de julho, fotos das atas compartilhadas nas redes sociais mostravam uma vitória do candidato da oposição, Edmundo González.
A divulgação das atas, que está prevista em lei, é uma maneira de comprovar a autenticidade do resultado anunciado pelo CNE.
Na segunda-feira, a líder de oposição da Venezuela, María Corina Machado, e o candidato Edmundo González divulgaram um sistema em que os venezuelanos podem conferir as atas dos seus centros de votação, mesa por mesa.
Nas horas seguintes, os venezuelanos que tinham atas de papel gravaram vídeos comprovando que as informações do sistema estavam corretas e os publicaram nas redes sociais.
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