O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela), foi reeleito para mais um mandato de 6 anos nas eleições de domingo (28). O chavista está no poder desde 2013. A posse do venezuelano será em janeiro de 2025. O anúncio foi feito pelo Conselho Nacional Eleitoral por volta das 1h15 (horário de Brasília) desta segunda-feira (29).
Com 80% das urnas apuradas, Maduro obteve 51,2% dos votos (5.150.092), contra 44% (4.445.978) do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita). Outros candidatos obtiveram 462.704, com 4,6% dos votos. O nível de participação eleitoral foi de 59%, segundo o órgão eleitoral –que é controlado pelo governo. O voto não é obrigatório e não há 2º turno.
Durante a apuração das urnas, ONGs e integrantes da oposição ao governo afirmam sofrer hostilidade em alguns locais de votação.
Segundo a ONG Provea, as “testemunhas” da eleição (“testigos”, em espanhol) foram impedidas de entrar nas salas de votação para acompanhar a contagem dos votos. As testemunhas são venezuelanos que podem participar como observadores na apuração.
Em uma das várias postagens nas redes sociais, a Provea afirma que motociclistas paramilitares amedrontaram eleitores que esperavam os resultados em frente aos centros de votação.
Em outra publicação, a ONG afirma que a Polícia Nacional Bolivariana, a principal força policial federal da Venezuela, teria impedido as testemunhas de entrar nos locais de apuração.
Mais cedo, a líder da oposição a Maduro, María Corina Machado, pediu que os eleitores fizessem vigília nos centros de votação, a fim de supervisionar a contagem e evitar fraudes.
O ministro de Defesa da Venezuela, o general Vladimir Padrino López, disse não ter havido “nenhum incidente digno de menção” durante a votação e que “o dia transcorreu em paz”.
ATAQUE AO SISTEMA ELEITORAL
O presidente do CNE, Dr. Elvis Amoroso, afirmou ao anunciar os números que o sistema eleitoral sofreu “agressões”, o que, segundo ele, resultou no atrasou do envio dos resultados. Informou que pediu uma investigação para apurar o episódio, que classificou como “ações terroristas”.
“Fazemos um chamado agora a todos os venezuelanos para que respeitem as leis da República e o direito do povo de se expressar nas urnas, assim como defender a paz em todo o nosso território”, disse.
Segundo Amoroso, nas próximas horas, serão disponibilizados os resultados mesa a mesa, “como se fez historicamente graças ao sistema de votação automatizado”. O presidente do CNE também disse que entregarão às organizações com fins políticos os resultados em um CD.
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