Brasil não se pronuncia sobre fraude nas eleições da Venezuela

Países como Cuba, Bolívia, Honduras e Nicarágua parabenizaram o ditador Nicolás Maduro
Por: Brado Jornal 29.jul.2024 às 08h40 - Atualizado: 29.jul.2024 às 08h41
Brasil não se pronuncia sobre fraude nas eleições da Venezuela
Foto: Ricardo Stuckert/Agência Brasil

Em meio a crise pós-eleitoral que se avizinha na Venezuela, com a ditadura de Nicolás Maduro declarando vitória nas eleições presidenciais do domingo, 29, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi na contramão dos demais países sul-americanos e até o início da madrugada desta segunda-feira, 29, não se posicionou sobre a controvertida declaração do líder chavista como vencedor da disputa.

Desde o fechamento das urnas, há indícios de fraude eleitoral no país vizinho. A oposição diz não ter tido acesso a 70% das atas eleitorais do país. As sessões ficaram abertas até depois do horário em áreas predominantemente chavistas e, em áreas opositoras, houve relatos de intimidação e criação de empecilhos para votar.

Enviado a Caracas para ser os ‘olhos de Lula’ na votação, o assessor de assuntos internacionais do Planalto, Celso Amorim, divulgou no começo da noite uma nota na qual afirmou que ia aguardar o posicionamento dos observadores internacionais autorizados pelo chavismo a operar na Venezuela e disse que os dois lados deveriam respeitar o resultado da eleição. Além disso, Amorim disse também que era necessário esperar o fim da votação, já que ainda havia sessões abertas.

A posição do governo é praticamente única na região. Dos vizinhos sul-americanos, apenas a Bolívia, a Guiana e o Suriname não demonstraram preocupação com a demora na apuração e as suspeitas em torno da votação. Até governos de esquerda como o de Gabriel Boric no Chile, e o de Gustavo Petro na Colômbia, fizeram cobranças mais duras que as do Brasil contra Maduro.

Com a volta do PT ao governo em 2023, as relações entre Brasil e Venezuela foram retomadas. Nos anos de Jair Bolsonaro, o Itamaraty de Ernesto Araújo reconhecera o governo de Juan Guaidó como representante legítimo da Venezuela e rompeu completamente relações com o chavismo.

Sob Mauro Vieira e Celso Amorim, a diplomacia brasileira trabalhou para reconstruir pontes com Maduro e reestabelecer relações bilaterais, com o argumento de que empresas brasileiras tinham dívidas de cerca de US$ 1,27 bilhão com a ditadura chavista. O Brasil enviou a Caracas a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira e recebeu em Brasília o embaixador Manuel Vadell.



📲 Baixe agora o aplicativo oficial da BRADO
e receba os principais destaques do dia em primeira mão
O que estão dizendo

Deixe sua opinião!

Assine agora e comente nesta matéria com benefícos exclusivos.

Sem comentários

Seja o primeiro a comentar nesta matéria!

Carregar mais
Carregando...

Carregando...

Veja Também
Vereador mais votado de cidade baiana é preso por posse de arma de fogo de uso restrito
Adriano Cardoso estava sendo investigado desde outubro
Transporte público de Salvador tem operação especial para o Enem neste domingo (3)
Das 10h às 18h, linhas de ônibus em toda a cidade terão reforço na frota em operação
Justiça nega prisão de Lucas Bove
A decisão também reforça as medidas protetivas em relação ao deputado, estabelecendo que Bove deve se abster de fazer qualquer menção, direta ou indireta, sobre o caso
Ataque a tiros durante festa de Halloween em Orlando deixa 2 mortos e 6 feridos
Suspeito é um adolescente de 17 anos, segundo o chefe de polícia
Tentativa de assalto termina com motociclista baleado na Ligação Lobato-Pirajá
A vítima negou-se a entregar a moto aos suspeitos, que acabaram disparando
Carregando..