A Coreia do Norte enviou balões carregados de lixo para território sul coreano nesta quinta-feira (25). O conteúdo de pelo menos um deles caiu no complexo presidencial da Coreia do Sul. Segundo o serviço de segurança da Presidência do país, o material não era perigoso e ninguém ficou ferido. As informações são da agência de notícias estatal sul-coreana Yonhap.
“Uma investigação da equipe de resposta química, biológica e radiológica mostrou que os objetos não apresentavam perigo ou contaminação, pelo que foram recuperados”, afirmou o serviço de segurança presidencial da Coreia do Sul. “Continuamos monitorando em cooperação com o Estado-Maior Conjunto”, acrescentou, sem informar se o líder do país, Yoon Suk-yeol, estava no local.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que esse foi o 10º lançamento de balões feito por Pyongyang desde o fim de maio.
Os balões norte-coreanos descobertos na Coreia do Sul nas últimas semanas transportavam papéis usados, restos de tecido, pontas de cigarro e fezes.
Segundo o Exército da Coreia do Sul, o envio de balões com lixo por parte da Coreia do Norte tem elevado as tensões na divisa entre os países. Em resposta, militares da Coreia do Sul receberam ordens para tocar k-pop em alto falantes na fronteira com a Coreia do Norte.
ENTENDA O CASO
Em 29 de maio, a Coreia do Norte enviou mais de 150 balões com fezes e lixo para a Coreia do Sul. Foi uma resposta aos panfletos enviados por ativistas sul-coreanos, também em balões, para o território norte-coreano, com panfletos críticos ao regime de Kim Jong-un e cartões de memória com videoclipes de k-pop.
A Coreia do Sul decidiu suspender o acordo militar assinado com a Coreia do Norte que proibia treinamentos militares próximos à fronteira. O envio de balões com fezes e lixo foi interpretado como uma violação da confiança mútua essencial para a manutenção do tratado. Sua suspensão permite aos sul-coreanos a retomada de exercícios militares perto da fronteira e transmissões de propaganda por alto-falantes para o Norte.
Em resposta aos balões com fezes, a Coreia do Sul também enviou propagandas em grande escala por meio do mesmo meio de transporte. Em 16 de julho, Kim Yo-jong, irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse que a Coreia do Sul pagará “um preço horrível e caro” se insistir em lançar panfletos anti-Pyongyang sobre o território norte-coreano.
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