A Suprema Corte da Colômbia foi cercada na quinta-feira (8) por manifestantes favoráveis ao presidente Gustavo Petro e teve vias bloqueadas durante a votação para o novo procurador-geral que sucederá Francisco Barbosa. Ele fica no cargo até 12 de fevereiro.
Os juízes e funcionários da Corte deixaram o local em carros blindados, segundo a agência norte-americana AP. O processo está no Tribunal desde dezembro de 2023 e não tem prazo para terminar. São necessários 16 dos 23 votos para a aprovação de um nome. O presidente Gustavo Petro indicou 3 possíveis sucessoras –Amelia Pérez, Ángela María Buitrago e Luz Adriana Camargo–, mas nenhuma delas foi escolhida.
O ato foi convocado pela Federação Colombiana de Educadores depois que funcionários do Ministério Público realizaram uma fiscalização judicial na sede da federação em 22 de fevereiro. As buscas faziam parte de uma investigação sobre a doação de 500 milhões de pesos (cerca de R$ 630 mil, na cotação atual) que a Fecode teria feito ao partido de Gustavo Petro. O presidente descreveu o procedimento como “um ataque”.
Os manifestantes também se reuniram na sede do Ministério Público da capital Bogotá e em outras cidades como Bucaramanga, Cali e Medellín. Segundo uma publicação de Gustavo Petro em seu perfil no X (ex-Twitter), houve 71 manifestações e concentrações no país.
De acordo com o presidente, a maioria foi pacífica, exceto por “2 breves momentos de gás [lacrimogêneo] em Medellín e Bogotá”. Petro também informou que não houve feridos.
“A Presidência lembra a quem quiser manifestar-se no exercício dos seus direitos constitucionais que não afete de forma alguma as instituições. O governo garante a independência dos poderes do país e a liberdade das suas decisões”, escreveu Petro.
Em nota, a Suprema Corte colombiana repudiou as manifestações. “É inaceitável que juízes cuja independência, autonomia e imparcialidade deveriam ser encorajadas e promovidas tanto pela sociedade como pelos poderes públicos do Estado sejam sitiados”, declarou o Tribunal.
A Corte também pediu que o governo federal forneça “as garantias necessárias para que o exercício dos poderes da corporação e dos demais juízes colombianos possa ser realizado sem pressões, perseguições ou ameaças”.
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