A Coreia do Norte planeja lançar mais três satélites espiões em 2024, conforme noticiado por meios de comunicação locais neste sábado (30). Esses satélites se juntarão ao Malligyong-1, que foi colocado em órbita em novembro deste ano, e permitirão ao regime reforçar sua capacidade militar e controle sobre as nações inimigas.
O anúncio foi feito durante a reunião plenária do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que aconteceu na semana passada. Na ocasião, Kim Jong-un estabeleceu as bases e orientações sobre o assunto para o próximo ano, mais um exemplo de que a nuclearização e o reforço da preparação militar continuarão a ser uma de suas prioridades.
“Com base na experiência do lançamento e operação bem-sucedidos do primeiro satélite espião em 2023 no setor de desenvolvimento espacial, foi revelada a tarefa de lançar mais três satélites espiões em 2024 e foram discutidas medidas abrangentes para estimular o desenvolvimento da tecnologia de inteligência espacial”, informou a emissora estatal KCNA.
Em 21 de novembro, após duas tentativas falhadas, a Coreia do Norte confirmou que havia posicionado com sucesso seu satélite no espaço, o que lhe permitirá preparar-se melhor para a guerra em resposta aos movimentos militares ocidentais. O regime chegou a dizer, dias depois, que o aparelho havia tirado “fotos da base aérea de Anderson, do porto de Apra – onde está localizada uma base naval – e de outras áreas de importantes enclaves de tropas norte-americanas” na ilha de Guam, no Pacífico, embora nunca tenham sido divulgadas.
A ONU alertou imediatamente sobre esse lançamento e o condenou pelos “riscos significativos” que acarreta para a aviação civil, o transporte marítimo internacional e a segurança do mundo em geral, em um momento em que o ditador apenas intensifica sua retórica nuclear.
“A Coreia do Norte tem demonstrado consistentemente sua firme intenção de avançar com seus programas de armas nucleares e mísseis balísticos, em violação das resoluções relevantes do Conselho de Segurança”, sublinharam as Nações Unidas na ocasião.
Por sua vez, a Casa Branca – um dos principais alvos de Kim – também rejeitou suas ações e as considerou uma “violação flagrante” das sanções impostas pela comunidade internacional e uma tentativa de desestabilizar a região. O lançamento “aumenta as tensões e corre o risco de desestabilizar a situação de segurança na região e fora dela”, disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson.
Na reunião desta semana, o ditador de Pyongyang anunciou também que a possibilidade de reconciliação e unificação com seu vizinho do sul estava completamente descartada, dado que, garantiu, Seul o considera seu principal inimigo. “Eu acho que é um erro que não deveríamos mais cometer… considerando as pessoas que nos declaram o seu ‘principal inimigo’ para uma possível reconciliação e unificação”, disse ele nesse sentido.
A tensão com o país vizinho continua elevada e, ainda há dias, o Norte-Coreano ordenou ao Exército, à indústria de munições e ao setor de armas nucleares que acelerassem os preparativos de guerra para enfrentar o que ele descreveu como “movimentos de confronto” dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, que estão a trabalhar para reforçar sua resposta conjunta a ameaças cada vez mais frequentes.
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