O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, fez uma ameaça nesta quinta-feira (21), declarando que seu país não hesitará em lançar um ataque nuclear se for “provocado com armas nucleares”, conforme relatos da imprensa estatal.
As declarações de Kim surgiram após uma reunião ocorrida na semana passada entre representantes da Coreia do Sul e dos Estados Unidos em Washington. Durante o encontro, as duas nações discutiram estratégias de dissuasão diante da possibilidade de um ataque nuclear por parte da Coreia do Norte em caso de conflito.
A pauta da reunião abordou questões relacionadas ao “planejamento nuclear e estratégico”, e os aliados reiteraram a posição de que qualquer ataque nuclear de Pyongyang contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul resultaria no fim do regime norte-coreano.
Kim, no entanto, afirmou ao Escritório de Mísseis de suas Forças Armadas que “não hesitará, inclusive [em lançar] um ataque nuclear quando o inimigo o provocar com armas nucleares”, conforme comunicado da agência oficial KCNA nesta quinta-feira.
Em resposta, Washington, Seul e Tóquio emitiram um comunicado conjunto enfatizando que a Coreia do Norte precisa “parar de realizar provocações e aceitar nosso apelo para participar de um diálogo substantivo sem condições”.
Os três países têm intensificado a cooperação militar em face dos recentes testes nucleares realizados pela Coreia do Norte. Na terça-feira, ativaram um sistema para compartilhar informações em tempo real sobre o lançamento de mísseis norte-americanos.
Na última segunda-feira, a Coreia do Norte lançou seu míssil balístico mais poderoso, o Hwasong-18, classificando-o como “uma contramedida de advertência” diante do que considera atos de “ameaça militar” por parte dos Estados Unidos e seus aliados.
Os eventos recentes incluem a chegada de um submarino nuclear dos Estados Unidos ao porto sul-coreano de Busan e o deslocamento de bombardeiros de longo alcance para realizar manobras com a Coreia do Sul e Tóquio na quarta-feira.
O regime norte-coreano tem reforçado a visão de que “a península coreana está em estado de guerra por lei” e que os “meios estratégicos” enviados por Washington ao sul serão “os primeiros alvos de destruição”.
A Coreia do Sul, por sua vez, emitiu declarações firmes na semana passada, alertando que a Coreia do Norte enfrentará um “inferno de destruição” caso participe de ações “temerárias que destruam a paz”.
A Coreia do Norte se declarou uma potência nuclear “irreversível” no ano passado e reiterou que não renunciará ao seu programa nuclear, considerando-o essencial para sua sobrevivência. Em declaração separada, a influente irmã de Kim Jong-un, Kim Yo Jong, criticou o Conselho de Segurança da ONU por convocar uma sessão para discutir o mais recente lançamento de míssil, defendendo-o como um direito inerente do país diante dos exercícios militares dos Estados Unidos e de suas “forças vassalas”.
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