O ex-presidente da Argentina Mauricio Macri defendeu no domingo (29) o apoio que ele e Patricia Bullrich deram a Javier Milei (“La Libertad Avanza”) no 2º turno da eleição presidencial, marcado para 19 de novembro. Segundo Macri, o ministro da Economia e adversário de Milei, Sergio Massa, “tem compulsão” por mentir.
Macri afirmou que os argentinos já conhecem o ministro da Economia e sabem sua forma de agir. “Com Milei, temos todas as incertezas. Não o conhecemos e ele nunca governou. A única coisa que posso dizer é que, nas duas vezes que o vi e nas 8 ou 9 vezes em que falamos, ele nunca mentiu para mim. Massa sempre mentiu para mim”, disse o ex-presidente em entrevista ao programa “LN+”, do jornal La Nación.
Macri disse sentir que os argentinos querem uma mudança. “As pessoas estão cansadas de ouvir mentiras”, afirmou, acrescentando que “deveria ser feito um perfil psiquiátrico” em Massa por causa da “compulsão por mentir” do ministro argentino.
“O voto em branco, não ir votar, neutralidade, é funcional para Massa. Devemos decidir se queremos mudança ou continuidade. Eu sou a favor da mudança”, declarou. “Milei é uma pessoa inteligente. Se ele chegou até aqui sozinho e vindo de fora [do cenário político], não é por acaso, percebo que ele vai ter de dar mais tranquilidade e certeza. É uma incógnita que pode ser positiva”, acrescentou.
“O que temos do outro lado é alguém que representa o que há de mais horrível do kirchnerismo”, continuou. “Javier Milei tem boas intenções. Resta saber como ele se organiza, seu temperamento, se ele se acalma. O problema não é ele, é Sergio Massa”, completou Macri.
Mesmo com a crise na Argentina, Massa foi o vencedor do 1º turno das eleições presidenciais, realizado em 22 de outubro. Com 98,54% das urnas apuradas, ele obteve 36,68% dos votos, ante 29,98% de Milei, o ganhador das primárias.
Milei tem 52 anos, é formado em economia. Ele está à direita no espectro político ideológico, com ideias liberais na economia. Defende fechar o Banco Central do país, acabar com o peso e usar o dólar dos EUA como moeda local.
O candidato se autodefine como “anarcocapitalista” e “libertário” –é contra a interferência do Estado na sociedade e a favor do sistema de livre mercado. Diz que seu programa será uma “motosserra” para cortar gastos públicos. Afirma que o aquecimento global é uma mentira, é a favor da venda de órgãos e defende o sistema de educação não obrigatório e privado.
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