A república russa do Daguestão foi palco de um protesto violento neste domingo (29) após uma multidão invadir o aeroporto de Makhachkala em busca de passageiros israelenses, que chegavam em um voo de Tel Aviv.
Segundo as autoridades russas, nove policiais ficaram feridos durante a operação de retirar os manifestantes do local, entre os mais de 20 registros de agressão, e 60 pessoas foram detidas.
"Mais de 150 participantes ativos nos distúrbios foram identificados e 60 foram detidos. O aeroporto já está sob controle das forças de segurança ", comunicou o Ministério do Interior da Rússia.
Centenas de pessoas invadiram o aeroporto e suas pistas após convocações postadas nos canais do Telegram para que abordassem os voos com origem de Israel em protesto ao conflito entre o país e o grupo terrorista Hamas.
De acordo com a imprensa russa, a multidão gritava palavras de ordem antissemitas e "Alá é grande”. Também foram ouvidos disparos de armas de fogo.
Alguns dos invasores correram para a pista de pouso e tentaram embarcar em um avião que chegava de Tel Aviv, segundo vídeos divulgados nas redes sociais
Diversas publicações mostram a ação de criminosos derrubando portas no terminal e cercando um avião na pista. Alguns manifestantes carregavam bandeiras em defesa da causa palestina.
Em um dos vídeos, uma pessoa carregava um cartaz que dizia "os assassinos de crianças não têm lugar no Daguestão".
A agência de aviação russa anunciou que o aeroporto permanecerá fechado até esta terça-feira (31).
Em resposta aos atos violentos, Israel pediu à Rússia para proteger "todos os cidadãos israelenses e todos os judeus".
O governo americano também condenou as "manifestações antissemitas no Daguestão", disse Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
O governador da república, Sergei Melikov, convocou nesta segunda-feira (30) os participantes dos motins em Makhachkala para “lavarem a desonra” na guerra na Ucrânia e acusou Kiev de estar por trás dos protestos.
"Sinto vergonha dos acontecimentos de ontem. (...) Se algum dos participantes nos tumultos quiser lavar sua desonra juntando-se a um batalhão de voluntários ou assinando um contrato com o Exército, eu agradecerei", disse Melikov à televisão pública russa.
“Os nossos inimigos, detratores do nosso país, estão realizando tentativas de desestabilizar a situação no Daguestão, incluindo a utilização de métodos proibidos relacionados com o incitamento ao ódio étnico e a problemas interreligiosos”, afirmou.
Segundo Melikov, um dos canais do Telegram onde foi publicada a convocação para os protestos é administrado do exterior.
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