Por meio de decreto assinado nesta sexta-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou que o Brasil volte a comprar energia elétrica da Venezuela a fim de abastecer o estado de Roraima. O documento foi assinado em cerimônia de relançamento do programa Luz Para Todos, em Parintins, Amazonas.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o decreto é mais um passo para interligar a energia da América do Sul.
"Esse decreto permitirá realizar contratos e trazer energia limpa e renovável da Venezuela, da usina de Guri, que voltará a ter um papel importante para garantir energia barata e sustentável ao estado de Roraima", declarou Silveira, segundo informações do Poder360.
Roraima é o único estado do Brasil que não está conectado ao sistema elétrico nacional. De 2021 a 2019, a usina venezuelana vinha fornecendo energia a Roraima por meio da interconexão do complexo hidrelétrico de Guri com a cidade de Boa Vista, inaugurada na época do governo Fernando Henrique Cardoso (FGC).
Entretanto, os apagões no país vizinho fizeram com que o abastecimento fosse interrompido. Por divergências com o regime ditatorial de Nicolás Maduro, a gestão Bolsonaro (PL) não retomou a parceria. A partir de então, Roraima passou a contar com o fornecimento de usinas térmicas movidas a óleo e gás natural.
Para que o preço não se tornasse impagável para os consumidores de Roraima, ele foi distribuído para todo o país pagar, por meio do encargo CCC (Conta de Consumo de Combustíveis). O governo afirma que, ao importar energia da Venezuela, o CCC terá redução de custos.
Além de liberar a importação da energia do país vizinho, o governo autorizou a obra do Linhão de Manaus a Boa Vista.
"Antes se falava da energia de Guri apenas para suprimento de Boa Vista e Roraima. Que aliás, nunca deveria ter sido paralisado. Agora, como nós estamos autorizando fazer o Linhão de Manaus a Boa Vista, vamos estar com todo o Brasil interligado no sistema integrado nacional. Ou seja, a energia da Venezuela poderá ajudar na segurança energética do Brasil, e nós poderemos também vender para a Venezuela em momentos de bonança hídrica", completou o ministro Alexandre Silveira.
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