Luiz Fernando Camacho, governador do departamento (o que equivale aos estados brasileiros) de Santa Cruz, foi preso na quarta-feira, 28, pela polícia, segundo o procurador Eduardo del Castillo. Ele era o principal e último opositor ao governo de esquerda de Luis Arce, Camacho também foi articulador do movimento que levou à renúncia de Evo Morales, em 2019.
Camacho lidera a aliança Creemos e era investigado pela queda do ex-presidente Evo Morales. A acusação é que ele promoveu protestos regionais contra o adiamento do censo populacional boliviano.
Os protestos convocados em Santa Cruz, o departamento mais rico da Bolívia, paralisaram estradas por 36 dias e terminaram com um acordo entre a oposição e o governo que garantiu a realização do censo, permitindo a atualização do número de cadeiras no congresso boliviano antes das eleições legislativas e presidenciais de 2025.
Dois ex-presidentes da Bolívia, Jeanine Añez e Jorge Quiroga, demonstraram apoio a Camacho e denunciaram a arbitrariedade da prisão, que classificaram como sequestro. “Montaram uma megaoperação policial-militar para sequestrar o governador”, disse Añez em sua conta no Twitter.
O Governo de Santa Cruz também repudiou a operação policial.
Quem é Luis Fernando Camacho
Após as eleições de 20 de outubro de 2019, ele convocou os primeiros protestos para denunciar supostas fraudes nas urnas. Na noite de 4 de novembro, enquanto os protestos aumentavam, Camacho voou para La Paz levando a carta de demissão que ele mesmo redigiu para o então presidente.
Na Bolívia, ele é comparado ao venezuelano Juan Guaidó, que liderou a tentativa de retomada democrática na Venezuela em oposição ao governo de Nicolás Maduro.
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