“A ideia de um conflito nuclear, às vezes impensável, tornou-se uma questão de debate. Isso em si é totalmente inaceitável”, disse o secretário-geral da Organização das nações Unidas, António Guterres, nesta quinta-feira, 22, ao abrir uma reunião ministerial do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia que já chega ao seu sétimo mês. As declarações foram uma resposta a ameaça feita pelo presidente russo, Vladimir Putin, sobre a utilização de usar todos os meios à disposição, se referindo aos armamentos nucleares. O diplomata português também alertou para o risco de uma catástrofe nuclear devido à situação na usina de Zaporizhzhia, ocupada por forças da Rússia, que tem sido repetidamente atacada, e exigiu que todos os bombardeios nas imediações dela sejam interrompidos. Durante sua fala, o secretário-geral também condenou os planos de organização de referendos nos territórios ocupados da Ucrânia e advertiu que qualquer anexação de território pela força é uma violação da Carta da ONU e do direito internacional.
Guterres também denunciou os horrores da guerra, lembrando que “milhares de civis ucranianos, incluindo centenas de crianças, foram mortos ou feridos, principalmente por bombardeios russos em áreas urbanas” e que cerca de 14 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas. “A situação só pode piorar com a aproximação do inverno e com a diminuição do fornecimento de gás e eletricidade”, advertiu. A reunião do Conselho de Segurança sobre as atrocidades cometidas na Ucrânia está ocorrendo durante o encontro anual de líderes mundiais para a Assembleia Geral da ONU. A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, quando o Conselho de Segurança se reunia em Nova York para discutir as preocupações ocidentais sobre tal movimento de Moscou. O conselho foi incapaz de tomar qualquer ação significativa sobre a Ucrânia porque a Rússia é um membro permanente com poder de veto, assim como Estados Unidos, França, Reino Unido e China. A reunião desta quinta-feira é pelo menos a 20ª vez que o Conselho de Segurança se reúne para discutir a Ucrânia este ano.
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