Um alto funcionário da saúde pública da China aconselhou as pessoas, em uma postagem na rede social chinesa Weibo, a evitarem “contato direto pele a pele com estrangeiros”, para impedir a disseminação da varíola dos macacos. A postagem, no entanto, foi alterada após centenas de reações contrárias, acusando o governo de adotar uma recomendação discriminatória.
Os dois primeiros casos da doença foram confirmados no país na semana passada: um em Hong Kong e um na China continental, na megacidade de Chongqing.
Na postagem original, o epidemiologista-chefe do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, Wu Zunyou, recomendou: “Para prevenir a infecção por varíola dos macacos, não tenha contato direto pele a pele com estrangeiros”.
Figura central nas ações de combate à pandemia de covid-19 na China, Wu Zunyou apelou ainda à população para evitar contato próximo com pessoas que estiveram no exterior nas últimas três semanas. Segundo ele, foi a rígida política de covid zero da China, com controle de fronteiras e quarentena obrigatória na chegada, que impediu, até agora, a expansão da varíola dos macacos no território.
A postagem foi amplamente compartilhada em várias mídias sociais chinesas no fim de semana, mas a seção de comentários, na postagem original, foi desativada. Nos compartilhamentos dos prints da mensagem original, muitos escreveram que a recomendação de Zunyou era “discriminatória” e outros lembraram que muitos trabalhadores estrangeiros residentes na China não conseguem deixar o país desde o início das restrições contra a covid.
O post original de epidemiologista no Weibo foi editado, depois da polêmica. Agora, a mensagem diz apenas que “estrangeiros que vieram recentemente de áreas afetadas pela varíola dos macacos no exterior podem estar infectados com varíola dos macacos”.
A doença foi declarada uma emergência global pela Organização Mundial de Saúde em julho. Até agora, cerca de 60 mil pessoas ficaram doentes, com 18 mortes. Trata-se de uma doença curável, que não oferece gravidade, com tratamento precoce.
A maior parte dos casos está nos Estados Unidos e na Europa e a maior parte dos doentes — cerca de 97% — são homossexuais masculinos.
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