As Forças Armadas de Portugal foram alvo de um ataque cibernético “sem precedentes”, que teve como resultado o roubo de documentos secretos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O Ministério Público abriu um inquérito para acompanhar as investigações, informou a Procuradoria-Geral da República, nesta terça-feira, 13. Serão apurados os crimes de espionagem, violação do segredo de Estado e acesso ilegítimo e indevido ao sistema de informática do Ministério da Defesa.
O governo português soube da invasão depois que foi informado por agentes do Serviço de Informações dos Estados Unidos, por meio da embaixada norte-americana, em Lisboa. O caso foi classificado como de “extrema gravidade”.
Os agentes detectaram que centenas de documentos “confidenciais” enviados pela Otan a Portugal estavam à venda na darkweb — uma rede de troca de dados operada por hackers.
A Otan exigiu do governo português explicações e garantias sobre o vazamento das informações. Representantes da Divisão de Inteligência e do Gabinete Nacional de Segurança (GNS) deverão ir à Bélgica para uma reunião com o alto comando da organização.
De acordo com o jornal português Diário de Notícias, os peritos do GNS fizeram um rastreio de todo o sistema de comunicações interno das Forças Armadas.
Na primeira averiguação, eles identificaram os computadores do Centro de Informações e Segurança Militares, das Forças Armadas, de onde os documentos foram extraídos. Os peritos constataram que foram quebradas regras de segurança para transmissão das informações.
“Foi um ataque cibernético prolongado e indetectável, através de robôs programados para detectar esse tipo de documento, que depois foi sendo retirado em várias fases”, explicou uma dessas fontes ouvidas pelo jornal.
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