O governo da Colômbia indicou o ex-guerrilheiro e filósofo Manuel Alberto Casanova para o comando do Serviço de Inteligência do país sul-americano. É a primeira vez que o indicado não tem qualquer vínculo com as Forças Armadas colombianas. Assim como o presidente Gustavo Petro, Casanova deixou a luta armada em 1990, como parte do acordo de paz assinado pelos guerrilheiros do grupo M-19. Ex-chefe de segurança do partido Aliança Democrática, sigla criada a partir do pacto que determinou a saída da luta armada, Alberto Casanova atuou mais recentemente no sistema de ensino técnico da Colômbia e também trabalhou com exportação de café. A indicação de um ex-guerrilheiro para uma área estratégica dividiu opiniões. O deputado José Vicente Carreño, do Partido Centro Democrático, de oposição ao governo Petro, criticou a falta de experiência de Casanova e alertou que a nomeação desmotiva o trabalho da instituição. Para Glória Flores, senadora governista e defensora dos direitos humanos, a indicação representa uma mudança de curso na gestão da inteligência na Colômbia. Criado em 2011, o Departamento Administrativo de Direção Nacional de Inteligência substituiu o Departamento Administrativo de Segurança. O antigo órgão foi dissolvido após um escândalo de espionagem que envolveu juízes, opositores e defensores de direitos humanos no governo do ex-presidente Álvaro Uribe.
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