Cristina Kirchner está a uma sentença de ir presa por corrupção na Argentina

Ministério público investiga o caso desde 2019; se for condenada, a vice-presidente argentina fica inabilitada para exercício de cargos públicos
Por: Brado Jornal 22.ago.2022 às 16h23
Cristina Kirchner está a uma sentença de ir presa por corrupção na Argentina
A vice-presidente da Argentina, Cristina Fernandez de Kirchner - POOL/AFP

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pode estar com os dias contados no cargo, pois o Ministério Público se preparada nesta segunda-feira, 22, para pedir uma sentença de prisão por suposta corrupção quando foi presidente (2007-2015), uma punição que, se confirmada, pode retirar seus direitos políticos. O procurador Sergio Mola abriu a nona e última audiência de alegações de acusação com uma revisão dos detalhes do caso, em que mais de uma centena de testemunhas prestaram depoimento. Mola considerou que os acusados “traçaram um plano” que pretendia fraudar o Estado por meio da “discricionariedade na utilização dos fundos”. O julgamento de Kirchner não é recente, ele começou em 2019, quando investigações foram abertas para analisar se houve direcionamento e superfaturamento na concessão de obras públicas na província de Santa Cruz, berço político dos Kirchner. O Código Penal estabelece que quem for condenado por esses crimes será inabilitado para o exercício de cargos públicos. O Ministério Público acusa a vice-presidente de liderar uma “associação ilícita” para fraudar o Estado por meio de crimes que começaram na presidência de seu marido, Néstor Kirchner (2003-2007), que morreu em 2010.

Ao longo das audiências, acompanhadas de maneira remota pelos envolvidos, o Ministério Público apontou Kirchner como líder de uma associação ilícita e a acusou de fraude contra o Estado, crimes que podem resultar em uma pena de até 16 anos de prisão. A Unidade de Informação Financeira (UIF) havia considerado “irresponsável prosseguir com uma acusação” ao rejeitar os argumentos do Ministério Público sobre a existência dos crimes de administração fraudulenta e associação ilícita. No domingo, uma carta pública assinada por mais de 500 prefeitos expressou apoio a Kirchner, a quem consideram “vítima de perseguição judicial”. Os deputados da governista Frente de Todos também divulgaram uma declaração de apoio a Kirchner, presidente do Senado, bem como um pedido publicado nesta segunda-feira na imprensa com a assinatura de grandes figuras políticas e culturais. Após o encerramento da acusação do MP, a defesa tem 10 dias úteis para começar a expor sua defesa para os 13 réus, o que pode levar vários meses. O veredicto deve ser anunciado antes do final do ano. A vice-presidente de 69 anos conseguiu superar vários processos, rejeitados, por supostos crimes ocorridos em seus dois mandatos presidenciais (2007-2015), mas ainda enfrenta cinco julgamentos.



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