Coreia do Norte dispara mísseis de cruzeiro após teste dos EUA

Pyongyang vê as manobras dos norte-americanos e de Seul como um treino para invasão; lançamento foi realizado enquanto presidente da Coreia do Sul defendia negociações entre os dois países
Por: Brado Jornal 17.ago.2022 às 17h46
Coreia do Norte dispara mísseis de cruzeiro após teste dos EUA
Última vez que Coreia do Norte tinha testado um míssil de cruzeiro foi em janeiro.

A Coreia do Norte disparou dois mísseis de cruzeiro nesta quarta-feira, 17, informou o ministério sul-coreano da Defesa. “Esta manhã detectamos que a Coreia do Norte disparou dois mísseis de cruzeiro em direção ao mar do Oeste (mar Amarelo) a partir de Onchon, na província de Pyongan do Sul”, afirmou uma fonte do ministério. Esse é o primeiro teste em semanas. “As autoridades militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul estão analisando os detalhes, como a distância de voo”, acrescentou. A últimas vez que a Coreia do Norte testou mísseis de cruzeiro foi em janeiro, de acordo com a agência sul-coreano de notícias Yonhap. O teste de armas anterior do país havia acontecido em 10 de julho, quando o regime norte-coreano utilizou o que pareciam vários lança-foguetes. O lançamento acontece um dia após os Estados Unidos testarem um míssil intercontinental com capacidade nuclear que pode viajar a 24 mil km/h – teste que tinha sido adiado duas vezes para evitar aumentar o conflito na Ucrânia e com a China. Este tipo de manobra irrita Pyongyang, que as considera um treino para uma invasão.

De acordo com a agência de notícias Yanhap, o lançamento dos mísseis foi realizado enquanto o presidente Yoon Suk-yeol realizava uma entrevista coletiva para marcar o 100º dia desde que assumiu o cargo e defendia a negociação entre os dois países. “Qualquer diálogo entre os líderes do Sul e do Norte, ou negociações entre autoridades de nível de trabalho, não devem ser um espetáculo político, mas contribuir para estabelecer uma paz substantiva na península coreana e no nordeste da Ásia”, disse. Yoon repetiu sua disposição de fornecer ajuda econômica em fases à Coreia do Norte se ela acabar com o desenvolvimento de armas nucleares e começar a desnuclearização, observando que ele tem pedido um diálogo com Pyongyang desde sua campanha. As negociações de desnuclearização pararam em 2019 e a Coreia do Norte disse que não abrirá mão de sua autodefesa, embora tenha pedido o fim das sanções.



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