Um dia após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar que vai fornecer ‘sistemas mais avançados’ de mísseis para a Ucrânia, o Kremlin acusou os norte-americanos de estarem jogando “lenha na fogueira”. “As entregas de armas não encorajam as autoridades ucranianas a retomar as negociações de paz”, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov. As reuniões de cessar-fogo estão paralisadas desde o fim de março, quando os russos anunciaram que estavam retirando as tropas dos arredores de Kiev e informaram que se concentrariam em Donbass – o que tem acontecido. Essa não é a primeira vez que os russos culpam os EUA pela continuação do conflito. Eles já tinham declarado que o envio de armas por parte dos países Ocidentais estava contribuindo para a extensão da guerra.
Na terça-feira, 31, Biden informou ao jornal New York Times que estava proporcionando aos “ucranianos sistemas de mísseis e munições mais avançados, que lhes permitirão atacar com maior precisão alvos-chave no campo de batalha na Ucrânia”. Entretanto, ele não especificou quais seriam os armamentos. Mas, de acordo com um funcionário do alto escalão da Casa Branca, se trata dos sistemas Himar (High Mobility Artillery Rocket System), que são múltiplos lança-foguetes montados em blindados leves e que usam munições guiadas de precisão com alcance de 80 km, indicou o funcionário.
Rivalidade entre Putin e Biden
O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Riabkov, disse que a nova ajuda militar aumenta o risco de confronto entre Rússia e Estados Unidos. “Qualquer entrega de armas que continue, ou que aumente, aumenta o risco de tal acontecimento”, declarou. O novo envio de faz parte da ajuda americana, avaliada em 700 milhões de dólares, cujos detalhes serão revelados nesta quarta-feira, 1. Desde o início do conflito, Biden, atua com cuidado para não transformar os Estados Unidos em um país cobeligerante. Segundo o funcionário norte-americano ouvido pela jornal local, essa nova ajuda vai fazer com que os “os ucranianos possam repelir os avanços russos dentro do território ucraniano, mas eles não serão usados contra o território da Rússia”.
Há tempos,os ucranianos pedem lançadores de foguetes que lhe permitam atacar as posições russas colocando as baterias mais longe da frente. De acordo com Biden, essa é uma forma de deixar o Leste Europeu em uma “posição mais forte” no caso de negociações com a Rússia. Entretanto, ele ressaltou que não está “incentivando a Ucrânia e não está dando à mesma os meios para atacar fora de suas fronteiras”. Durante o comunicado realizado por meio do jornal New York Times, Biden voltou em um tema que há pouco mais de dois meses gerou revolta por parte dos russos e alguns países aliados dos EUA, quando chamou Vladimir Putin de ditador e carniceiro e declarou que ele deveria ser destituído do poder. No comunicado realizado nesta quarta, ele declarou que não quer “uma guerra entre Rússia e Otan” e que ele não tentará provocar a remoção de Putin do poder. “Enquanto os Estados Unidos ou nossos aliados não forem atacados, não vamos nos envolver diretamente nesse conflito”, finalizou.
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