Em mais uma tentativa de se eximir de sua responsabilidade pela origem da covid-19, a China divulgou na última semana um relatório em que acusa os Estados Unidos pela propagação do vírus. O texto, baseado em teorias da conspiração, foi divulgado como um estudo conjunto de duas organizações chinesas (o Intelligence & Alliance Think Tank e o Instituto Taihe). O material foi prontamente reproduzido pela mídia estatal.
A tese é de que o vírus foi desenvolvido como arma biológica na base de Fort Derick, em Maryland, e se espalhado pelo globo por causa da negligência do governo americano. “Dados de fontes diversas demonstraram que os Estados Unidos são, muito provavelmente, o país onde a covid-19 se originou e o país mais responsável pela rápida difusão global do vírus”, diz o texto.
Até hoje, não há consenso sobre a origem exata do coronavírus (se, por exemplo, no Mercado de Wuhan ou em algum laboratório chinês), mas todas as evidências apontam que a China, não os Estados Unidos, foi o lugar de origem da pandemia. As autoridades chinesas sempre se negaram a permitir uma investigação completa sobre o caso, incluindo o acesso ao Instituto de Virologia de Wuhan, que fica nas proximidades do mercado
Ao mesmo tempo em que acusa os Estados Unidos sem indícios, a China também tem sido criticada por manipular suas estatísticas sobre o número de vítimas da covid-19 no país. Pela contabilidade oficial, 4.600 mortes morreram (contra 822 mil dos Estados Unidos e 619 mil do Brasil) – apesar de a China possuir a maior população do mundo e de ter sido o cenário primeiros focos do vírus.
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