O candidato de esquerda Gabriel Boric foi eleito presidente do Chile neste domingo (19). Aos 35 anos, Boric é deputado e ex-líder estudantil e está filiado ao partido Convergência Social. O adversário nas urnas foi o advogado José Antonio Kast, de direita e filiado ao Partido Republicano. Kast já reconheceu a derrota e ligou para Boric para parabenizá-lo pela vitória.
Até as 19h30 deste domingo, com 68,78% das urnas apuradas, Boric tinha 55,18% dos votos, contra 44,82% de Kast.
As urnas abriram às 8h (horário de Brasília) e fecharam às 18h, quando a apuração dos votos começou. Os votos ainda estão sendo contabilizados.
Boric havia ficado em segundo lugar no primeiro turno, com 25,82%. Já Kast teve 27,91%.
Economicamente, Boric defendeu ao longo da campanha uma reforma tributária e no sistema previdenciário. Ele também quer aumentar os impostos para empresas privadas que exploram cobre, principal produto de exportação do Chile.
Boric também chegou a dizer que o modelo econômico do Chile, ainda muito atrelado ao neoliberalismo implementado durante a ditadura de Pinochet, foi responsável por alimentar a desigualdade no país, e precisa ser substituído.
Gabriel Boric fez a educação básica e secundária entre 1991 e 2003 na The British School, uma das escolas mais caras de Punta Arenas. Em seguida, viajou para Santiago para estudar direito na Universidade do Chile.
“Gabriel, é claro, tem sido um jovem privilegiado dentro da sociedade local de Magallanes. Seu pai, como engenheiro administrativo da Companhia Nacional de Petróleo, pôde dar-lhes essas oportunidades de qualidade de vida e também de estudo”, disse o jornalista Rodrigo Utz.
Gabriel Boric formou-se em direito em 2004. Durante o período como estudante, foi assistente das disciplinas de História Institucional do Chile, Teoria da Justiça e Direito Internacional dos Direitos Humanos. Além disso, ingressou no grupo político Izquierda Autónoma (Esquerda Autônoma).
Em 2008, foi eleito conselheiro da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECH). No ano seguinte, foi eleito presidente do Centro de Estudantes de Direito da Universidade do Chile. Entre 2010 e 2011, foi senador universitário da Casa de Estudos.
Em 2012, após o triunfo na lista do Creamos Izquierda, assumiu a presidência da FECH, sucedendo Camila Vallejo. Durante sua gestão, liderou o protesto estudantil iniciado em 2011 e foi um dos porta-vozes da Confederação de Estudantes do Chile (Confech).
No final de 2013, foi eleito deputado independente pelo antigo distrito 60. Cerca de três anos depois, ele saiu da Esquerda Autônoma e criou o Movimento Autônomo. Ao mesmo tempo, com o deputado da Revolução Democrática (RD) Giorgio Jackson, promoveu a criação do grupo Frente Ampla como conglomerado alternativo à Nova Maioria, da ex-presidente Michelle Bachelet.
Em 2017, foi reeleito como deputado pelo novo distrito 28, em Magallanes, Patagônia.
Durante novembro de 2018, ele liderou o ato de fundação de uma nova aliança que integraria os partidos Movimento Autonomista (MA), Esquerda Libertária (IL), Nova Democracia (ND) e Socialismo e Liberdade (SOL). Finalmente, em abril de 2019, foi criada a Convergência Social.
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