No mês seguinte ao anúncio de um novo congelamento de preços, o índice de preços ao consumidor (IPC) na Argentina registrou um aumento interanual de 51,2% em novembro e 2,5% em comparação com outubro, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
Segundo o instituto, a alta em alimentos e bebidas teve o maior impacto em todos os setores, principalmente na carne e produtos derivados. A evolução mensal dos preços em novembro representa uma desaceleração de um ponto percentual em relação ao bimestre de setembro e outubro, quando foi registrado um aumento de 3,5% ao mês, enquanto a variação interanual dos preços caiu 0,9 ponto percentual em relação aos 52,1% do mês anterior.
O governo da Argentina anunciou em outubro o congelamento de preços de mais de mil produtos, retroativo ao início daquele mês e com vigência até 7 de janeiro de 2022. Esta semana, o governo decidiu suspender a medida e negociar acordos com a iniciativa privada para segurar os preços.
De acordo com o relatório oficial divulgado nesta terça-feira (14), as mercadorias no mês passado tiveram uma variação positiva de 2,5% em comparação com outubro, enquanto os serviços subiram 2,4%, números que somam 53,7% e 44,7%, respectivamente, na comparação ano a ano.
Entre os aumentos registrados em novembro, os mais notáveis foram em restaurantes e hotéis (5%), roupas e calçados (4,1%) e equipamentos domésticos e manutenção (2,7%). Mas é a divisão de alimentos e bebidas não alcoólicas, com um aumento de 2,1% em novembro, que tem o maior impacto sobre o índice geral.
Os segmentos que apresentaram o menor aumento no 11º mês do ano foram a educação e a comunicação, ambos com um aumento de 0,8%. Por região, a maior taxa de inflação mensal de 3% foi registrada no Nordeste, seguida pelos Pampas (centro), com uma taxa de 2,8%.
Por sua vez, a inflação acumulada nos primeiros 11 meses do ano foi de 45,4%, maior que em todo o ano de 2020, quando os preços ao consumidor subiram 36,1%.
Embora o governo do presidente Alberto Fernández tenha inicialmente projetado um aumento de preços de 29% para 2021, uma meta já superada, as últimas previsões privadas coletadas mensalmente pelo Banco Central indicam que a alta será de 51,1% neste ano e 52,1% em 2022.
Nesse sentido, o avanço inflacionário relatado em novembro pelo Indec (2,5%) foi inferior ao projetado pelo setor privado consultado pelo Banco Central (3,1%). De acordo com essas previsões, a alta seria de 3,4% em dezembro, acelerando em janeiro e fevereiro para 3,7% e subindo para 4% em março de 2022.
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