Preso por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o delegado Rivaldo Barbosa pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para prestar depoimento à Polícia Federal, publicou O Globo.
Na petição, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro disse que ainda não foi ouvido pela PF, embora o magistrado tenha determinado à autoridade policial que os investigados prestassem depoimento logo após as prisões.
No documento, a defesa de Barbosa também solicitou que sua mulher, Érika Andrade de Almeida Araújo, seja ouvida. Ela é apontada como responsável por gerenciar empresas que lavam dinheiro de atividades ilegais praticadas pelo marido.
Além das oitivas, o casal pediu novamente a revogação das medidas cautelares impostas a advogada.
O envolvimento do delegado na morte de Marielle
O relatório da Polícia Federal apontou que houve um esquema de sabotagem para impedir o esclarecimento do assassinato da vereadora Marielle Franco por parte dos órgãos de investigação do Rio de Janeiro.
A PF listou uma sequência de três “coincidências” de sabotagem. São elas: a posse de Rivaldo Barbosa para a chefia da Polícia Civil do Rio um dia antes do assassinato da vereadora; a nomeação de Giniton Lages para a delegacia de Homicídios do Rio (DH) no dia seguinte ao crime; e a atuação do promotor de Justiça do Rio de Janeiro Homero de Neves Freitas Filho, que, segundo os investigadores, tinha um histórico de “conduta omissiva” em relação a apurações contra integrantes da DH.
De acordo com os agentes da PF, a investigação do caso Marielle foi “talhada para ser natimorta”. Rivaldo Barbosa foi preso na mesma operação que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, e Lages foi alvo de mandado de busca e apreensão. Em março de 2018, recém-empossado no cargo, Barbosa indicou Lages para a delegacia encarregada de solucionar o caso.
Investigação sobre a esposa do delegado
Érika Andrade de Almeida Araújo foi alvo de busca e apreensão durante a operação que resultou na prisão de Rivaldo e é acusada de utilizar empresas para lavar o dinheiro proveniente dos supostos crimes cometidos pelo delegado. Ela também está sendo investigada por envolvimento em organização criminosa e corrupção passiva.
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