Na madrugada desta quinta-feira (19), o exército israelense matou a viúva do cofundador do grupo, Jamila al-Shanti, e Rafat Abu Hilal, chefe militar do grupo Comitês de Resistência Popular de Gaza.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que um ataque aéreo na cidade de Rafah, no sul de Gaza, matou Rafat Abu Hilal. O grupo que ele chefiava seria a terceira maior facção terrorista em Gaza, depois do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina. E o próprio Hamas confirmou a morte de Jamila, viúva de um dos fundadores do grupo, Abdel Aziz al-Rantisi, morto em 2004.
Al-Shanti foi a primeira mulher a ser eleita ao setor político do Hamas.
“As FDIs continuam a atacar o tempo todo em toda a Faixa de Gaza. Durante o último dia, as FDIs, dirigidas pelo Shin Bet, destruíram centenas de infraestruturas terroristas do Hamas, dezenas das quais foram atacadas no bairro de Sageya”, afirmou nas redes sociais o porta-voz das FDIs, Daniel Hagari.
Segundo ele, as infraestruturas atacadas incluem locais de lançamento de mísseis antitanque, poços de túneis, locais de inteligência, quartéis-generais operacionais e outros quartéis-generais.
Na última terça-feira (18), eles haviam anunciado a morte de outro comandante do Hamas.
Ambos morreram durante um ataque aéreo de Israel à zona sul da Faixa de Gaza. Israel também mirou outros integrantes de diversos setores do Hamas que estiveram envolvidos nos atentados de sábado (7/10), quando teve início o conflito. Ao todo, mais de 40 pessoas vieram a óbito e 21 estão feridas.
Desse número, 10 mortos foram de membros do comando Nukhba, dentro do Hamas. O exército também mirou locais estratégicos ao grupo.
Na quarta-feira (18), o presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, chegou a solicitar que Israel não fosse consumido pelo ódio na hora de responder aos ataques do grupo Hamas. Ele também adiantou que o país concordou em abrir a passagem para a entrega de ajuda humanitária entre o Egito e a Faixa de Gaza.
“O povo palestino está em grande sofrimento, e nós lamentamos a perda de vidas inocentes palestinas em todo o mundo. O povo de Gaza precisa de comida, água, remédios e abrigo”, afirmou.
Situação atual do conflito entre Israel e Hamas
Após dias de negociação e consternação de diversos chefes globais, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou a minuta brasileira de resolução que poderia frear o conflito entre Israel e o Hamas. O texto, no entanto, não passou – foi vetado pelos Estados Unidos (EUA). Agora, uma perspectiva pacífica está mais distante no horizonte.
Os mais de 2 milhões de palestinos que vivem na Faixa de Gaza, nesse contexto, seguem entregues a uma guerra sem horizonte de fim. Só até a última quarta-feira (18/10), o conflito resultou em mais de 4,9 mil mortes. Na Palestina, foram 3.540 óbitos. As autoridades de Israel informaram 1,4 mil mortes. Somados ambos os lados, o número de feridos passa de 17,7 mil.
De acordo com o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu, a decisão de permitir ajuda limitada a partir do Egito foi tomada após um pedido formal do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em visita a Israel.
O governo federal já repatriou mais de 1,1 mil pessoas, tendo encerrado a primeira fase da maior operação já realizada pelo país em uma zona de conflito. Ao todo, já saíram de Israel para o Brasil em voos da Força Aérea Brasileira (FAB) 1.135 cidadãos brasileiros. O resgate, batizado de Operação Voltando em Paz, começou logo após a declaração de guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas. Faltam, agora, os brasileiros que estão na Faixa de Gaza – impedidos de chegar à passagem de Rafah, para o Egito, devido ao conflito.
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