Brasileiros esperam autorização para sair da Faixa de Gaza pela fronteira com o Egito

Fronteiras ainda não foram abertas pelo país, e 28 pessoas de origem brasileira, divididas em dois grupo, esperam em locais diferentes pela chance de sair da área do conflito.
Por: Brado Jornal 16.out.2023 às 08h22
Brasileiros esperam autorização para sair da Faixa de Gaza pela fronteira com o Egito
Brasileiros jantando no sábado (14)
Brasileiros que estão na Faixa de Gaza viveram neste domingo (15) mais um dia de espera para conseguir deixar a área do conflito entre Israel e o Hamas. Existia a esperança de que eles pudessem deixar o local em direção ao Egito ao longo do dia. No entanto, a autorização para que cruzassem a fronteira ainda não veio.

São 28 os brasileiros que pediram ajuda para deixar a Faixa de Gaza. Eles estão divididos em dois grupos: dez aguardam em Rafah, local a 1km do Egito; outros 18 estão em Khan Yunis, depois de terem sido levados por um ônibus alugado pela Embaixada Brasileira na Palestina. A prioridade da viagem era levar os brasileiros em segurança pelo trajeto.

Alessandro Candeas, embaixador do Brasil na Palestina, explicou que o ônibus demorou para chegar e a viagem não pôde ser feita ainda na sexta-feira (13) porque já estava escuro e seria perigoso andar, possivelmente em meio a bombardeios, no escuro.

“Nós temos uma missão e um critério. A missão é retirar os brasileiros. E levá-los até a fronteira para que eles pudessem atravessar a fronteira em segurança. Qual é o critério da execução desse plano? A segurança. A segurança dos brasileiros”, disse Candeas.
Os brasileiros estão há pouco mais de 24 horas no Sul de Gaza, e a sensação é um misto de alívio e angústia.

Hasan Rabee, brasileiro que mora em São Paulo e viajou a Gaza para visitar parentes, integra o grupo de 28 pessoas que solicitaram ajuda diplomática brasileira. E contou que Khan Yunis não possui estrutura para receber tantas pessoas.

“O sistema do resgate ainda não está funcionando. Há pessoas feridas correndo na rua. Não sei se dá para ouvir, mas infelizmente está muito difícil. As bombas caem por todos os lados, as casas na esquina foram completamente destruídas, tem bastante gente ferida, morta, e não dá para resgatar ninguém”, relatou.

A mesma situação ocorre em Rafah, cidade mais próxima da fronteira com o Egito. Ela está cheia de pessoas de outras nacionalidades, principalmente americanos que são incentivados pelo governo do país a tentar cruzar a fronteira por conta própria.

O governo brasileiro, por sua vez, estuda duas opções de saída pelo Egito: uma pelo aeroporto de Al Arish, a 53km da Faixa de Gaza; e outra pelo Aeroporto do Cairo, a 350 km – a opção considerada a mais provável até o momento. O avião da Presidência da República está em Roma, capital da Itália, aguardando autorização para fazer o percurso.

“Aguardamos apenas a abertura da fronteira e a autorização do governo egípcio. E quando os brasileiros passarem da fronteira, haverá um outro ônibus que vai deslocá-los, e aí as informações ainda precisam ser confirmadas. Espero que a qualquer momento do dia de amanhã (segunda-feira, 16) isso possa ser feito. Mas, de novo, é difícil de prever. O importante é que do nosso lado, estamos prontos”, disse Candeas.


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