A guerra comercial travada por Donald Trump entrou nesta quarta‑feira (23 abr 2025) em novo capítulo judicial: Arizona, Colorado, Connecticut, Delaware, Illinois, Maine, Minnesota, Nevada, Novo México, Nova York, Oregon e Vermont acionaram a Corte de Comércio Internacional, em Nova York, para declarar ilegais as tarifas de importação instituídas via Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA).
No processo, os “attorneys general” — equivalentes aos procuradores‑gerais estaduais — afirmam que a IEEPA só autoriza tarifas em cenários de ameaça “incomum e extraordinária”, condição que, segundo eles, não se verifica. “Trump vem usando a lei para impor tarifas imensas e voláteis, sem justificativa legítima, causando instabilidade econômica”, diz a petição. Os Estados pedem bloqueio imediato das cobranças.
Kris Mayes, titular da Justiça do Arizona, classificou o esquema tarifário como “insano e ilegal”. William Tong, de Connecticut, falou em “imposto gigantesco sobre as famílias” e “desastre para negócios e empregos”. A ofensiva bipartidária — inclui Nevada e Vermont, governados por republicanos — soma‑se à ação independente movida na semana passada pelo governador da Califórnia, Gavin Newsom, que calcula perdas de “dezenas de bilhões” em exportações e empregos.
A Casa Branca rebateu por meio do porta‑voz Kush Desai, que chamou as tarifas de “remédio indispensável” contra uma emergência que “dizima indústrias norte‑americanas e deixa trabalhadores para trás”. O Departamento de Justiça federal ainda não se manifestou.
Especialistas apontam que a disputa pode redefinir os limites de poder tarifário do Executivo: se a corte decidir que apenas o Congresso pode criar taxas de importação fora de crises genuínas, Trump perderá instrumento‑chave de sua política econômica — e os demais presidentes também. O caso deve avançar rapidamente, pois envolve bilhões em receitas e custos para estados‑chave na eleição de 2026.
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