O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez duras críticas ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta quinta-feira (17), e pediu publicamente sua demissão. Em uma publicação feita na rede social Truth Social, plataforma criada por Trump, ele classificou como um “desastre completo” o relatório divulgado pelo banco central americano e acusou Powell de agir com atraso e incompetência na condução da política monetária do país.
“Jerome Powell deveria ter reduzido as taxas de juros, como fez o BCE, há muito tempo. Mas, certamente, deveria reduzi-las agora. A demissão de Powell não pode esperar!”, escreveu o ex-presidente.
A declaração veio um dia após Powell afirmar que, apesar de sinais positivos, a inflação norte-americana – que atingiu 2,4% em março, acima da meta de 2% do Fed – ainda exige cautela antes de novas reduções nas taxas de juros, atualmente fixadas entre 4,25% e 4,5%. Powell também observou que houve desaceleração no crescimento econômico no primeiro trimestre de 2024, em meio a tensões comerciais acentuadas durante a gestão Trump.
No mesmo dia, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um novo corte de 0,25 ponto percentual em suas taxas de juros, de 2,5% para 2,25%, alegando preocupações com o impacto da guerra comercial iniciada pelos EUA no crescimento da zona do euro.
Trump, por sua vez, celebrou a queda nos preços de alimentos e petróleo como resultado das tarifas impostas durante sua gestão, afirmando que os EUA estão “enriquecendo” com a atual política de comércio exterior. “Até os ovos estão mais baratos”, ironizou.
As críticas de Trump ocorrem em um momento sensível da política monetária global e aumentam a pressão sobre o Federal Reserve, já sob constante escrutínio político em ano eleitoral. A nova ofensiva contra Powell reacende uma tensão antiga: em 2018, quando ainda presidente, Trump já havia atacado publicamente o chefe do banco central, nomeado por ele mesmo um ano antes.
As declarações provocaram reações divididas entre economistas e analistas políticos, alguns dos quais veem o gesto como uma tentativa de interferência na autonomia do Fed, enquanto outros enxergam um movimento estratégico voltado para sua possível candidatura à presidência em 2028.
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