Um juiz da Geórgia, estado-chave na eleição presidencial dos Estados Unidos de 2024, derrubou nesta terça-feira (15), em caráter provisório, uma regra que exigia a contagem manual dos votos em cédulas de papel, informou a agência Reuters.
A regra, que poderia atrasar a apuração em um dos estados onde a eleição será decidida, tinha sido aprovada em 20 de setembro pelo Conselho Eleitoral do Estado da Geórgia. A três semanas para a eleição presidencial dos EUA, o estado decisivo começou a votar nesta terça.
Nesta terça, o juiz Robert McBurney afirmou que era apropriado pausar a mudança, pois colocaria incerteza no processo a poucas semanas do dia da eleição, em 5 de novembro. No primeiro dia de votação no estado, mais de 250 mil pessoas votaram.
"Qualquer coisa que adicione incerteza e desordem ao processo eleitoral prejudica o público", disse o juiz segundo uma cópia da decisão publicada pelo Democracy Docket, um site fundado pelo advogado democrata Marc Elias que acompanha casos eleitorais.
Pela regra agora derrubada, o número de cédulas de papel — e não o número de votos — teria que ser contado em cada local de votação por três grupos de fiscais eleitorais separados até que as três contagens fossem iguais.
A Geórgia é considerada um estado-chave nas eleições dos EUA por ter um histórico de ter votações apertadas — o candidato que tiver o maior número de votos leva todos os delegados.
Democratas, especialistas jurídicos e defensores da democracia expressaram preocupações de que essas novas regras pudessem ser usadas pelo ex-presidente e seus apoiadores para gerar caos neste estado crucial e minar a confiança pública nos resultados caso ele perca para a vice-presidente democrata Kamala Harris em novembro.
Muitos democratas do estado acreditam que republicanos alinhados com Trump estariam preparando o terreno para outra tentativa de minar o resultado da votação caso o republicano perca novamente por uma pequena margem em novembro — mas desta vez manipulando as regras eleitorais.
Na Geórgia, os eleitores fazem suas seleções em uma máquina de votação com tela sensível ao toque que, em seguida, imprime uma cédula de papel com uma lista legível das escolhas do eleitor, bem como um código QR que é lido por um scanner para contar os votos.
A decisão do Conselho Eleitoral estadual foi contrária à orientação dos escritórios do procurador-geral do estado, do secretário de Estado e de uma associação de funcionários eleitorais do condado.
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