Fundador do WikiLeaks faz acordo com autoridades dos EUA e é liberado da prisão

Julian Assange será julgado na terça-feira (25). É esperado que ele seja sentenciado a 62 meses de prisão, período que já cumpriu enquanto estava no Reino Unido
Por: Brado Jornal 25.jun.2024 às 09h20
Fundador do WikiLeaks faz acordo com autoridades dos EUA e é liberado da prisão

O fundador da WikiLeaks, Julian Assange, foi liberado nesta segunda-feira (24) da prisão de segurança máxima de Belmarsh, no Reino Unido, depois de firmar um acordo com os Estados Unidos. O jornalista irá se declarar culpado de uma acusação de disseminação ilegal de material de segurança nacional, segundo informações da AFP.

O acordo pode encerrar uma extensa batalha legal que começou com sua prisão em 2019, decorrente de um indiciamento por um júri dos Reino Unido em 18 acusações ligadas à divulgação de documentos sigilosos.

Assange será julgado na terça-feira (25) nas Ilhas Marianas do Norte, às 20h (horário de Brasília). É esperado que ele seja sentenciado a 62 meses de prisão, período que já cumpriu enquanto estava no Reino Unido.

Depois de deixar a prisão, Assange embarcou por volta das 13h (horário de Brasília) em um voo e, depois de seu julgamento, voltará para o seu país de origem, a Austrália, onde moram sua mulher Stella Assange e seus filhos.

O perfil oficial do WikiLeaks no X (ex-Twitter) divulgou a notícia da libertação de Assange agradecendo pelo apoio recebido globalmente.

Segundo a organização, a liberdade de Assange “é o resultado de uma campanha global que envolveu trabalho de base, defensores da liberdade de imprensa, legisladores e líderes de todo o espectro político, até as Nações Unidas”.

“Agradecemos a todos que estiveram ao nosso lado, lutaram por nós e permaneceram totalmente comprometidos na luta pela sua liberdade. A liberdade de Julian é a nossa liberdade”, afirmou. 


Eis abaixo o comunicado:

“JULIAN ASSANGE ESTÁ LIVRE

“Julian Assange está livre. Ele deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh na manhã de 24 de junho, depois de ter passado 1.901 dias lá. Ele recebeu fiança do Supremo Tribunal de Londres e foi libertado no aeroporto de Stansted durante a tarde, onde embarcou em um avião e partiu do Reino Unido.

“Este é o resultado de uma campanha global que abrangeu organizadores de base, defensores da liberdade de imprensa, legisladores e líderes de todo o espectro político, até às Nações Unidas. Isto criou espaço para um longo período de negociações com o Departamento de Justiça dos EUA, conduzindo a um acordo que ainda não foi formalmente finalizado. Forneceremos mais informações o mais breve possível.

“Depois de mais de 5 anos numa cela de 2×3 metros, isolado 23 horas por dia, ele em breve se reunirá com sua esposa Stella Assange e seus filhos, que só conheceram o pai atrás das grades.

“O WikiLeaks publicou histórias inovadoras sobre corrupção governamental e violações dos direitos humanos, responsabilizando os poderosos pelas suas ações. Como editor-chefe, Julian pagou caro por esses princípios e pelo direito do povo de saber.

“Ao regressar à Austrália, agradecemos a todos os que estiveram ao nosso lado, lutaram por nós e permaneceram totalmente empenhados na luta pela sua liberdade.

“A liberdade de Julian é a nossa liberdade.”


ENTENDA O CASO

Julian Assange, 52 anos, fundou o site WikiLeaks em 2006. A partir de 2010, o australiano começou a publicar informações confidenciais sobre os EUA. O governo norte-americano estima que foram 700 mil documentos.

O material, publicado no WikiLeaks e em outros veículos, como Guardian e New York Times, continha dados sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque e outras informações diplomáticas e de operações militares. Também relatavam informações sobre o ataque aéreo a Bagdá (Iraque), em julho de 2007. Parte dos documentos era sobre supostos abusos cometidos pelas Forças Armadas dos EUA.

Julian Assange foi preso em Londres em 2019, na prisão de alta segurança de Belmarsh, depois de passar 7 anos abrigado na embaixada do Equador. Ele tentava evitar ser preso e extraditado para a Suécia, país onde era acusado por 2 casos de estupro. O inquérito foi posteriormente arquivado.

Os vazamentos expuseram abusos de direitos humanos e espionagem de líderes de outros países.



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