Paulo Carneiro está mais perto de ser destituído da presidência do Vitória de forma definitiva. Na noite desta segunda-feira (27), o Conselho Deliberativo aprovou, em reunião extraordinária, o parecer conclusivo da Comissão Processante, que acusa o dirigente de gestão temerária. Ele também foi afastado novamente do cargo.
Agora, a expectativa é que em até oito dias deve ser convocada uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que pode confirmar a queda definitiva de PC da presidência do clube. Também será pedido o afastamento de Luiz Henrique, vice-presidente, que já está de licença. A votação ocorreu sem surpresa. A maioria esmagadora dos conselheiros votou a favor: 63 votos. Dois foram contra e nove votos foram de abstenção.
Paulo Carneiro já estava longe da presidência do Vitória desde o dia 2 de setembro, quando o Conselho Deliberativo aprovou, em reunião extraordinária, o parecer da Comissão de Ética que recomendava o afastamento do dirigente por 60 dias, motivado por indícios de gestão temerária.
No dia 26 de outubro, o Conselho Deliberativo aprovou novo afastamento por mais 60 dias, em votação unânime. O vice-presidente Luiz Henrique Vianna assumiu a função temporariamente, contudo, também em outubro, alegou problemas pessoais e pediu afastamento do cargo, com Fábio Mota assumindo a cadeira de presidente em exercício.
O adiantamento de remunerações feito por Paulo Carneiro durante a pandemia e a ausência de contrato entre o clube e a empresa Magnum, que recebeu R$ 3.586.068,00 do Vitória são as supostas irregularidades da gestão temerária registrada no relatório do Conselho de Ética.
Paulo Carneiro também é acusado de apropriação indébita em outro processo interno do clube. Uma esteira de corrida e um elíptico teriam supostamente sido transportados para a casa do dirigente. Após divulgação de sindicância para investigar o sumiço, eles foram devolvidos.
Na época, Bruno Torres, presidente da comissão patrimonial para apurar o desaparecimento dos equipamentos, informou que eles foram entregues no Centro de Treinamento depois de sido divulgada no site do clube uma portaria abrindo uma sindicância para recolher documentos, notas fiscais e depoimentos de funcionários sobre o caso.
Para Bruno, a devolução após da divulgação da portaria indicaria uma confissão de que o presidente Paulo Carneiro tinha posse dos objetos da academia.
O artigo 10 do estatuto do rubro-negro determina que a apropriação de “qualquer valor ou bem pertencente ao Vitória, poderá ser punido com advertência escrita, suspensão ou exclusão”.
Orçamento
Também na reunião realizada ontem, o Conselho Fiscal do Vitória recomendou um orçamento de R$ 16 milhões para a próxima temporada, em que o time disputará Campeonato Baiano, Copa do Brasil e Série C do Campeonato Brasileiro.
Apesar da recomendação, a proposta aprovada de orçamento é de R$ 29 milhões. Esse valor prevê, além da venda de jogadores, premiações em competições como a Copa do Brasil. Quem chegou à terceira fase em 2021, por exemplo, levou R$ 1,7 milhões, além dos valores das duas primeiras fases do torneio.
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