O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou nesta quinta-feira, 13, a exaltar valores conservadores e a criticar pautas como ideologia de gênero, aborto e legalização de drogas, associadas por ele sobretudo à esquerda e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenções de votos. Durante encontro com lideranças evangélicas em Recife, no Pernambuco, o mandatário disse que, assim como 90% dos brasileiros, ele é cristão e defende valores da família, “o maior patrimônio que podemos ter”. “Temos uma cultura judaica cristã. Somos contra aborto, acreditamos que a vida existe desde a concepção, quem já viu filme sobre aborto sabe da violência que é. Somos contra a legalização das drogas e também a questão da ideologia de gênero”, exaltou o presidente, que disse ter “tocado o coração” de uma mãe de Belém, no Pará, ao explicar o que seria ideologia de gênero nas escolas. “Imagina a sua filha na escola, vai ao banheiro e imagina ver um muleque lá fazendo xixi. Ela ficou horrorizada”, completou.
Na sequência, Bolsonaro reforçou sua posição como católico e falou da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, como um exemplo de cristão evangélica. Citando fala da esposa durante a convenção do Partido Liberal no Rio de Janeiro, em 24 de julho, o presidente disse ter descoberto “um lado que não conhecia” da esposa e exaltou seu papel na campanha eleitoral. “Ela dá o recado muito bem, realmente é uma cristã evangélica exemplar. Encontrei ela em casa sem querer, porque esteve em Palmas, Natal, Porto Velho com a Damares e mais mulheres fazendo campanha, quero que ela participe de alguns programas de televisão para falar dos assuntos que vem tratando. Ela aprendeu libras, tem um trabalho muito grande com pessoas com doenças raras. Para ela falar quem é a primeira-dama, Michelle Bolsonaro”, afirmou Bolsonaro.
De fato, a presença da primeira-dama na campanha do presidente à reeleição não é novidade. A primeira inserção de Michelle no horário eleitoral gratuito aconteceu em 30 de agosto, quando fez um programa se dirigindo à mulher sertaneja. Na ocasião, ela falou sobre a chegada da água ao sertão e fez um aceno às mães nordestinas. “A mulher sertaneja, que carregava lata d’água na cabeça, agora pode usar a força para voltar à escola ou para tirar que alimento está brotando na terra. Tem mais tempo para ficar com a família com os filhos e viver uma nova vida, um presente para a mulher que merece e deve ser o que ela quiser. Juntos, estamos construindo um país com elas, por elas e para elas”, dizia a primeira-dama. A inserção aconteceu dois após o primeiro debate dos presidenciáveis, que teve como tema central propostas para o eleitorado feminino. Após a campanha, a participação de Michelle foi tema de análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que limitou as aparições da esposa de Bolsonaro em virtude da regra eleitoral.
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