Em busca de apoio no segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer criar o que chamou de “bloco dos democratas”. Em reunião para definir estratégias de campanha no segundo turno, o ex-presidente do Brasil disse que a maioria dos brasileiros não quer a reeleição de Jair Bolsonaro (PL). “Ainda temos que fechar alguns acordos. Temos que conversar com todas as pessoas neste país que votaram conosco no primeiro turno. Agora, a escolha não é ideológica. Agora não vamos falar com as pessoas porque gostam ou não de mim. Agora, nós vamos conversar com todas as forças políticas que têm voto, que tenham representatividade, que tenham significância política neste país, para que a gente consiga formar um bloco dos democratas contra aqueles que não são democratas. Se a minha memória não for curta, eu não costumo ter menos de 60% [dos votos válidos] no segundo turno. Então, nós estamos esperando alargar a nossa margem de votos. Nós vamos conversar mais com o povo e voltar a percorrer o Brasil. Vamos em todos os Estados que terão segundo turno e em alguns que não vão ter também, porque eu estou convencido que nós vamos alargar a nossa vantagem no nordeste, estou convencido que a gente vai alargar a nossa vantagem em Minas Gerais. Eu vou visitar regiões de Minas que eu deveria ter visitado, mas que não pude”, declarou Lula.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, reafirmou que o objetivo da legenda neste segundo turno será conversar com as mais diversas personalidades políticas e intelectuais. Ela também listou os partidos com os quais a campanha está abrindo o diálogo e falou em “avaliação unânime” sobre Ciro Gomes: “Nós já tivemos contato com o PDT, com o presidente [Carlos] Lupi, já chamamos para uma conversa, e senti muita disposição para conversar. Disse a ele que gostaríamos muito de ter o Ciro Gomes na nossa campanha. E, aqui, a avaliação é unânime em relação a isso. Já conversamos também com o MDB, dissemos que queremos sentar para conversar. Estamos marcando horário para isso. Queremos muito ter a Simone [Tebet] em nossa campanha. Achamos importante até pelo que ela representa na defesa da democracia. E também estamos conversando com o União Brasil, queremos ter a Soraya [Thronicke] junto conosco. Também estamos procurando o PSDB para que a gente possa conversar, para a gente poder, não só aqui em São Paulo, mas em outros Estados do Brasil, marchamos juntos e tê-los junto conosco na campanha nacional”.
Marina Silva (Rede-SP), eleita deputada federal, se colocou à disposição para tentar uma aproximação com Ciro Gomes. Lula ainda comemorou o apoio de Roberto Freire, presidente do Cidadania, divulgado em nota na tarde da última segunda-feira. Além dos partidos, o ex-presidente também afirmou querer aproximação com o eleitor. “A partir desta terça é menos conversa entre nós e mais conversa com o eleitor. A gente não precisa conversar com quem a gente já conhece, que a gente sabe que já votou na gente ou com quem a gente sabe vai votar. Nós precisamos conversar com aqueles que parece que não gostam da gente, que parece que não votam na gente, que parece que não gostam dos nossos partidos”, disse. Um dos objetivos da campanha no segundo turno é reverter a situação no Estado de São Paulo, onde Bolsonaro terminou o primeiro turno com 1,8 milhão de votos a mais que Lula, e uma das estratégias para conseguir isso é aumentar a participação em caminhadas e encontros com representantes da sociedade.
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