O encontro do Partido dos Trabalhadores com empresários varejistas na última quarta-feira, 10, não contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como havia indicado a agenda de campanha dele. Segundo a assessoria de imprensa da legenda, Lula teve uma indisposição estomacal e o ex-senador Aloizio Mercadante, principal articulador da campanha de 2022, foi quem o substituiu. A reunião ocorreu em um hotel da zona sul de São Paulo. Os dois principais assuntos do encontro foram: a reforma tributária e a revogação da reforma trabalhista. O encontro reuniu 60 grandes varejistas do país. Entre eles, Luiza Trajano, dona do grupo Magazine Luiza, e também Flávio Rocha, dono do grupo Riachuelo. Outros assuntos também foram debatidos como carteira assinada e ‘pejotização’. Ao lado de Geraldo Alckmin (PSB), Mercadante discutiu ainda com os empresários o problema da informalidade no país, que tem aumentado por causa da crise econômica – outro ponto sensível ao empresariado.
“É um grupo muito forte. Eles representam quase R$ 0,5 trilhão em faturamento, geram 830 mil empregos. Então, uma das primeiras preocupações é o tema da reforma tributária. Nós temos alinhamento de que precisamos simplificar a estrutura tributária do Brasil, desburocratizar, reduzir o que a gente chama de cumulatividade, que prejudica as exportações, mas também tem que ter justiça tributária. Tem que ter menos tributos nos produtos e nos serviços, mas precisa tributar mais o patrimônio e a renda, porque o país é muito desigual, e nós temos que simplificar de um lado. E, para isso, eles têm uma contribuição para dar. A reforma tributária tem que ser justa, tem que se sustentável, estimular a produção e tem que ser solidária”, declarou Mercadante.
O ex-senador e ministro do governo Lula também comentou a questão da revogação da reforma trabalhista para combater o aumento da informalidade no país: “A outra grande preocupação é com relação à informalidade do mercado de trabalho, porque se tem hoje 42 milhões de trabalhadores que não têm direitos, não têm carteira [assinada]. Estamos vivendo uma crise de desemprego gigantesca e de precarização do mundo do trabalho. E como eles recolhem os tributos, aqui só entra empresa que tem emprego formal, eles tem uma grande preocupação de como resolver o problema da informalidade”.
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