Implantada gradualmente a partir das eleições municipais de 1996 e definitivamente implantada quatro anos depois, a urna eletrônica fez com que se encerrasse de vez a era da votação em cédulas de papel. Um estudo da Universidade Federal de Pernambuco revelou que o equipamento reduziu em 82% o número de votos inválidos nos pleitos, o que era comum acontecer na época do voto físico. Muitas vezes erros ou rasuras impediam a contagem do voto como válido. Os votos inválidos recuaram de 41% do total para 7,6%. Essa redução ocorreu porque é muito mais fácil digitar a numeração do candidato ou candidata na urna eletrônica. Em entrevista, o senador Eduardo Girão (Podemos) disse que, apesar dos dados, a discussão sobre as urnas ainda é legítima: “Eu fui pegar o carro esses dias com um manobrista, em um evento que eu fui, e ele comentou com o colega: ‘Tudo o que a gente faz quando vai comprar alguma coisa tem o comprovante, quando vai pagar uma conta, tem, quando entrego o carro tem um comprovante. Será que o meu voto vai ser computado mesmo?’. Então isso é um debate da sociedade, ninguém pode proibir que a sociedade reflita sobre isso e se mobilize sobre isso”. O autor do artigo ressalta que, entre 1980 e 2000, o Brasil era campeão de votos inválidos na América Latina, até o surgimento da urna eletrônica.
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