A senadora Simone Tebet, candidata à presidência da República pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), defende um “governo de transição”, ou melhor, de Centro, para reestabelecer o crescimento do país. Em entrevista, ela afirmou que embora, inicialmente, não seja ruim, a polarização entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) traz retrocessos reais à população, como o surgimento das fake news e o afastamento dos cidadãos da política. “Meu palanque é democrático e não vejo nenhum dos dois representando a democracia. Essa polarização, são dois lados da mesma moeda, nunca estive ao lado do PT. Vou estar no segundo turno porque ninguém acredita eu estaria aqui”, mencionou, falando em um ambiente “dominado pelo ódio”. “Isso não faz bem para o Brasil, não faz bem olhar só para um lado.”
Neste cenário, a parlamentar aposta sua candidatura como um nome alternativo aos extremos políticos. Tebet, que diz ter sido considerada “café com leite” entre os candidatos da chamada terceira via, se orgulha ao mencionar que o centro democrático, que ela representa, é o que estaria impedindo a vitória e o retorno do Partido dos Trabalhadores (PT). “Quem está segurando essa eleição e não eleger Lula no primeiro turno é o centro democrático. Não é atoa que estou aqui”, rebate a senadora, que representa apenas 2% das intenções de voto à Presidência, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 28. O ex-presidente Lula, por sua vez, lidera com 47% das intenções de voto, contra 28% de Jair Bolsonaro.
Simone Tebet também defende um governo afetivo e parceiro da iniciativa privada; se apresenta como uma liberal na economia e representante do agronegócio. Sobre meio ambiente, ela reconhece os desmatamento ilegal na Amazônia, mas defende preservação e formas de “fazer dinheiro certo” na floresta. “O agronegócio quer. Meu pai era pecuarista, meu planto cana, meus irmãos celulose. Eu sou agronegócio e acho que o agro é sustentável no Brasil. As pessoas vendem uma imagem equivocada de que é uma coisa ou outra”, defendeu a candidata, que também fala em confiança no sistema eleitoral para enfrentar as eleições. “Tivemos muitas audiências, estou absolutamente segura depois disso. Não sabia que as urnas não estavam ligadas na internet. Hoje estou absolutamente convencida que o sistema é seguro”, concluiu.
Além dos baixos desempenhos nas pesquisas, Tebet também enfrenta resistências dentro do próprio MDB. Isso porque um grupo de filiados, liderados pelo senador Renan Calheiros, defende a retirada da candidatura ao Palácio do Planalto em um movimento pró-Lula. O senador fala em “queda livre” da colega nos levantamentos eleitorais, mas Simone defende suas chances de vitória. “As pessoas foram ficando por uma razão ou outra. Tá difícil? É comigo mesmo. Enfrentei Renan Calheiros no Senado Federal, vamos enfrentar essa questão. Vejo que o maior partido no Brasil, e o MDB é, precisa resgatar a sua história. É o momento de alguém se apresentar como alguém de Centro, não de Centrão, com uma proposta razoável”, defende Tebet, que diz pertencer a “ala boa” da legenda.
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