Nesta terça-feira, 12, o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil -PR) quebrou o suspense e finalmente anunciou à pré-candidatura ao Senado, em uma coletiva organizada para a imprensa no Hotel Pestana, na capital paranaense. Nas eleições de 2022, era cotado para ser candidato à Presidência pelo Podemos, mas no fim de março mudou para o União Brasil, a convite de Luciano Bivar, presidente nacional do partido e atual pré-candidato à Presidência da República. Moro foi ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro (PL), mas pediu demissão depois de um ano e meio no cargo, devido a sucessivos desgastes com o presidente, que alcançou o clímax com a troca do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que havia sido indicado ao posto pelo então ministro.
“Nós podemos, sim, ter anos difíceis à frente. E nesses anos difíceis, vamos precisar do empenho de todos e de lideranças que não se omitam”, disse Moro durante o discurso, referindo-se ao cenário econômico desafiador, internacional e nacional. “A minha carreira pública como juiz e depois como ministro me dá a experiência de pedir para ser representante do povo paranaense do Senado Federal.”
Ele aproveitou para relembrar feitos passados. Moro foi juiz da Lava-Jato, uma das maiores operações da Polícia Federal, que começou em 2014 e teve o auge na prisão do presidente Luis Inácio Lula da Silva, em 2018. “Enfrentei o crime organizado. Implementamos programas que levou à redução inédita do número de crimes e a impunidade no Brasil. Quero retomar essas batalhas, e com a mesma dedicação lutar para melhorar a vida das pessoas com políticas de saúde, de renda e de educação”. Enfatizou ainda que, hoje, ele tem a impressão que o Paraná precisa ter mais representes de peso no Senado. “Acho que vou poder contribuir mais com o país e com a União Brasil no Senado.”
Sobre a mudança de candidatura de cargo para as eleições de 2022, ele disse que teria se colocado como pré-candidato à Presidência da República, porque muitas pessoas pediram isso, com o objetivo de quebrar a polarização política, que existe hoje. No entanto, faltava, segundo ele, estrutura de partido para que pudesse concorrer com as mesmas oportunidades que os candidatos mais fortes, o que pesou na decisão de mudar de partido. “Mas minha minha primeira opção sempre foi o Paraná.” Abaixo, declarações de Moro sobre outros temas:
De olho na composição do STF
“O Brasil precisa de um Congresso forte. Estou me preparando para ser uma liderança forte junto com meus colegas da União Brasil dentro do Congresso.” Como senador, ele lembra, que pode interferir na indicação dos ministros ao Supremo Tribunal Federal. “O Senado não tem sido o mais vigilante na escolha dos integrantes do Supremo Tribunal Federal . Não podemos ter gente com medo ou que se omita.”
Possibilidade de impugnação da sua candidatura
“Tenho zero receio de qualquer impugnação. É surpreendente para pessoas como eu, se colocar dentro da carreira política. As pessoas querem ganhar no tapetão. É de se lamentar se alguém entrar com um pedido de impugnação. Estou seguro que estarei nas urnas.”
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