Reunião da Executiva do PSDB deve legitimar Araújo e rifar pré-candidatura de Doria

Expectativa dos interlocutores do presidente da sigla é de que o encontro confirme o acordo firmado para a realização de pesquisas quantitativas e qualitativas para a definição do pré-candidato à presidência
Por: Brado Jornal 17.mai.2022 às 13h56
Reunião da Executiva do PSDB deve legitimar Araújo e rifar pré-candidatura de Doria
Foto: George Gianni/PSDB

A Reunião da Executiva Nacional do PSDB nesta terça-feira, 17, deve deferir o acordo firmado entre a terceira via para a realização de pesquisas eleitorais quantitativas e qualitativas para a definição do pré-candidato à Presidência da República, frustrando os planos do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB). Aliados do ex-gestor paulista afirmam que os critérios foram estabelecidos para beneficiar a senadora Simone Tebet, presidenciável do MDB. A visão foi reforçada pelo próprio Doria, que publicou uma carta acusando o presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, de tramar um “golpe” para minar a sua postulação. “Apesar de termos vencido legitimamente as prévias, as tentativas de golpe continuaram acontecendo. As desculpas para isso são as mais estapafúrdias, como, por exemplo, a de que estaríamos mal colocados nas pesquisas de opinião pública e com altos índices de rejeição, cinco meses antes das eleições”, escreveu.

Tebet já aceitou que talvez precise abdicar da postulação ao Palácio do Planalto para manter o acordo do centro-democrático para tentar superar a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Estou nesse palanque de qualquer forma. Eu jogo em qualquer posição. Estou no banco de reserva, artilheira, centroavante, na defesa ou no gol. Vou estar no palanque do centro-democrático por convicção de que a polarização está levando o Brasil para o abismo”, declarou a senadora durante um ciclo de debates da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta segunda-feira, 16. Doria, por sua vez, salienta que não abrirá mão da “posição de protagonista”, o que, em outras palavras, quer dizer que Doria almeja ser o cabeça de chapa e não aceitará o posto de vice da parlamentar.

“Não abrimos mão da posição de protagonista do projeto nacional do nosso partido, nos termos da decisão soberana da maioria de seus filiados. Não concordamos com qualquer outra pesquisa de opinião, considerando que a pesquisa interna, direta, já foi feita aos filiados, cabendo a você apenas respeitar o posicionamento anterior”, disse Doria na carta endereçada a Araújo. Na reunião desta terça-feira, o ex-governador receberá mais um balde de água fria. Interlocutores tucanos afirmam que a reunião deve “legitimar” o presidente do PSDB nas negociações da terceira via. Isto é, reforçar que o dirigente tem autoridade para chancelar o acordo com MDB e Cidadania para a construção de uma candidatura única, o que, na prática, contraria o grupo de Doria, que alega que o resultado das prévias é soberano. Como o ex-governador paulista está em desvantagem quando o assunto é rejeição, ele deve ser jogado para escanteio. “Deve ser mais uma forma de legitimar o presidente Bruno Araújo nas negociações da terceira via. Não sei se sai nada mais grave que isso, mas tudo é possível depois da carta do ex-governador Doria”, aponta a fonte ouvida pela Jovem Pan.



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