Peso Argentino supera Real e Brasil tem moeda com pior performance em 2024

O dólar, usado como parâmetro, acumulava até por volta das 16h desta segunda-feira (17) uma valorização de 10,54% frente à divisa brasileira em 2024.
Por: Brado Jornal 18.jun.2024 às 08h46
Peso Argentino supera Real e Brasil tem moeda com pior performance em 2024
Marcello Casal/Agência Brasil

O peso argentino ultrapassou o real na tarde desta segunda-feira (17), por volta das 16h, e a moeda brasileira passou a figurar como a moeda de países emergentes com a pior performance em 2024.

Conforme informações do site Infomoney, o dólar teve valorização em relação ao real hoje, apesar de ter caído em outros mercados globais.

O dólar, usado como parâmetro, acumulava até por volta das 16h desta segunda uma valorização de 10,54% frente à divisa brasileira em 2024.

Mais para o fim do dia, contudo, a diferença para o peso argentino diminuiu e o real fechou praticamente empatado com a divisa dos “hermanos“, ambas caindo 10,48% no ano.


Real supera peso argentino

Hoje, o dólar se valorizou frente ao real mesmo caindo no restante do mundo. O DXY, que mede a força da moeda dos EUA frente a outras de países desenvolvidos, recuou quase 0,2%, em um dia de menor aversão ao risco no exterior, com as bolsas americanas subindo. 

De forma geral, especialistas vêm mencionando já há algum tempo que a perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos é a principal causadora do enfraquecimento do real. A tese ganhou força desde o começo do ano, após dados macroeconômicos sinalizarem que a economia norte-americana ainda está aquecida, levando a visão de que o Federal Reserve terá de manter os juros altos por mais tempo — ou ao menos não cortando como o esperado anteriormente.

“A política monetária dos EUA tem exercido papel significativo no câmbio. As taxas de juros altas por lá atraem recursos para o país, ajudando a valorizar o dólar. E os recursos saindo do Brasil para alocar em dólar nos EUA, fazem com que a nossa moeda desvalorize também”, contextualiza Felipe Pontes, diretor de gestão de patrimônio da Avantgarde Asset Management.

“Os  juros americanos são considerados a taxa livre de risco do mundo. E se a gente for comparar, os juros nos Estados Unidos estão na casa dos 5,5% enquanto os juros no Brasil estão em 10,5%. Há um spread de 5 pontos porcentuais, o que é baixo historicamente, o que causa, portanto, uma fuga de capital”, explica Enrico Cozzolino, head de análise da Levante.

No entanto, nas últimas semanas, os rendimentos da renda fixa americana vêm recuando após alguns dados mais fracos dos EUA, caso do CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) e do Payroll, o principal dado do mercado de trabalho, ambos de maio. Os treasuries yields para dez anos, por exemplo, pagavam quase 4,7% no começo de maio e, agora, estão rendendo algo próximo a 4,25%. 

Desde então, o DXY também vem perdendo força, saindo de mais de 106,2 no começo de maio para 105,3 nesta segunda, sinalizando uma perda de força do dólar. Hoje mesmo, como já mencionado, o dólar caiu no mundo mas se valorizou frente ao real. 

Fonte: Bloomberg. YTD (year to date): acumulado em 2024 até às 16h desta segunda



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